Espanhol apontou GP do Canadá como ponto de virada na temporada e problemas com curvas específicas; em 2021, Sainz superou Leclerc em estreia na escuderia
Após estrear bem e ser o melhor piloto da Ferrari em 2021, Carlos Sainz viveu um início de 2022 inesperado, com erros e quebras enquanto Charles Leclerc dominava o F1-75. A diferença de ritmo entre os dois pilotos da escuderia italiana - que chegou a ser de pouco mais de dois décimos - agora ficou para trás. Mas a mudança não veio de atualizações no carro e sim do próprio espanhol, que revelou ter mudado completamente seu estilo de pilotagem.

Foto: Rudy Carezzevoli/F1 via Getty Images
- Neste ano, finalmente tínhamos um carro competitivo, capaz de brigar por vitórias. E subitamente me encontrei numa posição em que nunca estive, a mais de dois décimos de um companheiro. Estava coçando a cabeça para ver de onde vinha esse tempo de volta. Mantive segredo sobre a origem dos meus problemas (...) Mas para resumir: tive que mudar completamente minha forma de pilotar - disse ao Autosport.
Para Sainz, o grande ponto de virada foi o GP do Canadá, quando chegou na segunda colocação, atrás de Max Verstappen (RBR). Na etapa seguinte, no GP da Inglaterra, o espanhol da Ferrari conquistou sua primeira pole e sua primeira vitória da carreira.
- Tive que transformar uma forma não natural de dirigir em algo natural, o que leva tempo. Também testei com o set-up. Às vezes você tem que se comprometer com um fim de semana de corrida em que você sabe que o set-up está errado. E isso significa mais um fim de semana sem desempenhar. Essa frustração acumulada (seguiu) até o GP do Canadá, onde me encontrei um pouco - completou.
Sainz chegou à Ferrari em 2021 e, em sua primeira temporada, superou o companheiro Leclerc no campeonato de pilotos. A escuderia italiana, por sua vez, atribuiu a recuperação na F1 após um 2020 frustrante à chegada do espanhol.
A moral na Ferrari, então, estava elevada para 2022. Mas o duelo interno logo jogou um balde de água fria em Sainz, que manteve a decepção até descobrir seu principal problema: uma diferença em relação a Leclerc em curvas específicas.
- Foi um pouco de tudo, mas havia curvas de uma certa velocidade e estilo de pilotagem que eu não fazia bem com esse carro. Às vezes acontece na carreira de um piloto. Você pula num carro, como fiz em 2021, e não faz nada. Você só dirige e é rápido de cara. Então às vezes você vai para um carro diferente, acha que fez um bom tempo de volta, mas se vê comparado aos outros e não é tão veloz assim

A introdução do novo regulamento técnico da F1 em 2022 fez com que Sainz se concentrasse nos próprios esforços. O piloto também atribui sua mudança de estilo à simplicidade dos carros, à baixa flexibilidade de trabalho nos chassis e ao teto orçamentário vigente.
- A equipe obviamente me ouviu e sabia quais eram as minhas dificuldades. Mas na era do teto orçamentário, e com regras para carros tão simples como temos hoje, você tem pouca liberdade para brincar com o set-up. Tudo desde Barcelona, meu ponto mais baixo em termos de velocidade na classificação e na corrida, fui eu mudando meu estilo de pilotagem. E tentando achar um carro que me desse um pouco de confiança - afirmou.
Na reta final da temporada, o panorama já é mais positivo e consistente para Sainz na F1 2022. Mesmo assim, o piloto da Ferrari admite que ainda não aprova completamente o F1-75.
- Ainda não é um carro que gosto, no que diz respeito à pilotagem. Ainda tenho que pensar muito enquanto dirijo e não estou guiando de forma totalmente natural. Mas ao menos sei que, se juntar todas as peças, posso chegar lá - finalizou.
Quinto colocado no campeonato de pilotos, com 202 pontos, Carlos Sainz segue junto com a Fórmula 1 para o GP dos Estados Unidos neste domingo. Restam quatro etapas na temporada 2022.

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