PSG joga "em casa" a final contra o Flamengo? Entenda relação do time francês com o Catar
- MDD Sports

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PSG joga "em casa" a final contra o Flamengo? Entenda relação do time francês com o Catar
Fundo gerido pelo governo do país é responsável pelos investimentos que fizeram o clube ser dominante no cenário nacional e chegar ao sonhado título da Champions League
O ambiente não deverá ser igual ao do Parque dos Príncipes e não se sabe sequer se haverá mais torcedores franceses do que flamenguistas no estádio Ahmad bin Ali Stadium. Mas, inegavelmente, o Paris Saint-Germain vai se sentir "em casa" na final da Copa Intercontinental, nesta quarta-feira. Como se fechasse um ciclo, o time parisiense vai encerrar seu ano mais grandioso no país que é o grande patrocinador da sua transformação esportiva neste século.
O PSG é controlado desde 2010 pelo Qatar Sports Investments (QSI), fundo gerido pelo governo catari que detém 87,5% das ações do clube. Principal executivo do QSI, o empresário Nasser Al-Khelaifi é, não coincidentemente, o presidente do PSG e responsável pelos investimentos milionários que fizeram o time se tornar, primeiro, dominante no cenário nacional e, após algumas tentativas frustradas, campeão europeu na temporada 2024/25.
O PSG foi fundado em 1970 - ou seja, quando o Flamengo já tinha 75 anos de história - e nunca chegou a ser exatamente uma potência no futebol francês até a chegada do dinheiro do Catar. Em 2010, o clube tinha apenas dois títulos do Campeonato Francês e oito Copas da França, além de três troféus da já extinta Copa da Liga e duas Supercopas da França. No âmbito europeu, a maior conquista era da também já desativada Copa dos Campeões de Copa da Uefa, em 1995/96.
Após 15 anos de investimentos contínuos, o clube hoje é recordista de troféus em todas as competições nacionais: 13 Campeonatos Franceses, 16 Copas da França, nove da Liga e 13 Supercopas. E realizou o sonho máximo europeu, com a conquista da Liga dos Campeões da Uefa, em maio, seguida da Supercopa da Uefa, no início da atual temporada.
O PSG era controlado desde 1991 pelo grupo de mídia francês liderado pelo Canal Plus, mas a virada do século trouxe uma série de problemas financeiros. A venda em 2006 para a Colony Capital (hoje DigitalBridge) não foi suficiente para estancar a crise. Em campo, o time chegou a lutar contra o rebaixamento em 2006/07 (15º colocado) e 2007/08 (16º, três pontos acima do rebaixado Lens).
Faturamento recorde em 2025
O fundo de investimentos do Catar chegou com a missão de levar o PSG a outro patamar, dentro e fora da França. Em outubro deste ano, o clube publicou em seu site os resultados financeiros da temporada 2024/25, com destaque para a receita recorde de 837 milhões de euros (R$ 5,3 bilhões), quase nove vezes acima do faturamento de 2011, primeiro ano de controle do QSI, que foi de 99 milhões de euros.
A enxurrada de dinheiro do Catar se traduziu, desde o início do projeto, na contratação de astros internacionais em profusão. Thiago Silva, Zlatan Ibrahimovic e David Beckham, em 2013, marcaram a primeira grande sacudida no mercado. No ano seguinte, chegou o uruguaio Edinson Cavani e o zagueiro brasileiro Marquinhos, hoje capitão e jogador com mais títulos na história do clube.
A outra chacoalhada no mercado foi dada em 2017, quando o PSG tirou Neymar do Barcelona por 222 milhões de euros, então a maior transferência da história do futebol, e contratou Kylian Mbappé, jovem promessa do futebol francês. Vice-campeão da Champions em 2020, derrotado pelo Bayern de Munique na final, o PSG usou as armas de sempre para se recuperar da decepção: dinheiro e contratações midiáticas.
Com a chegada de Lionel Messi, em 2021, junto com Sergio Ramos, Donnarumma e Hakimi, o PSG atingia a maior reunião de estrelas da sua história, para finalmente conquistar a Champions League. Mesmo com o badalado trio Neymar-Messi-Mbappé, o sonho europeu ficou novamente pelo caminho.
O PSG precisou mudar a rota para, enfim, encontrar o caminho da Champions. Sob o comando do técnico espanhol Luis Enrique, um time de estrelas ainda em busca de consagração - Dembélé, Vitinha, Kvaratskhelia, Fabián Ruiz - levou, finalmente, o time ao título europeu.
Em julho, o time francês ficou a um passo de ser também campeão mundial, mas acabou derrotado pelo Chelsea na final da Copa do Mundo de Clubes, nos Estados Unidos. Agora, no Catar que financiou tantos sonhos nos últimos 15 anos, o PSG joga "em casa" contra o Flamengo para fechar o ano da consagração total.

Marquinhos levanta o troféu: o PSG é campeão da Champions League — Foto: Getty Images





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