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Torcedor monta museu particular sobre o Botafogo em Belo Horizonte com mais de 500 peças

Foto do escritor: MDD SportsMDD Sports

Adolpho de Oliveira tem coleção de revistas, pôsteres e outros materiais, além de de mais de 500 camisas de jogo do Glorioso


As paredes brancas tomadas do chão até o teto pelas páginas amareladas de revistas antigas com rostos, muitos em preto e branco, dão o tom do que é um refúgio em uma loja na Avenida Paraná, no centro de Belo Horizonte, Minas Gerais. O alvinegro, aliás, é sempre a cor do ambiente repleto de materiais sobre o Botafogo.


Dono da loja, Adolpho de Oliveira, de 48 anos, é, antes de tudo, um alvinegro fanático, mas também um colecionador ávido sobre o futebol como um todo. O local abriga mais de uma centena de quadros com páginas de revistas, capas, pôsteres e outros tantos tipos de publicações sobre o time do coração e também sobre a Seleção Brasileira.


A relação do mineiro com os itens começou há mais de três décadas. Foi através de uma Revista Placar que nasceu a paixão por acumular itens sobre o esporte.

— Foto: Giba Perez

- Eu devia ter uns 12 anos. Meu pai me trás para trabalhar aqui desde criança nessa loja. Eu estava passando em uma banca e tinhas umas revistas Placar antigas. Eu achei super interessante, comprei, li elas inteiras e aí nunca mais parei. Eu parti para revista, livro, publicação, pôster, camisa. Tudo que é sobre futebol, o meu foco maior é o Botafogo, porque sou botafoguense, mas eu tenho uma abrangência grande também de material antigo - lembrou o colecionador.


Mas as publicações não são o maior acervo da enorme coleção de Adolpho. O torcedor tem aproximadamente 520 camisas do Botafogo que foram usadas em jogo ou, ao menos, preparadas para uso de jogadores.


Apenas duas estão expostas no santuário botafoguense construído pelo comerciante, ambas dentro de quadros. Uma delas é a mais antiga peça do acervo acumulado pelo torcedor: uma camisa de 1957 usada e autografada pelo atacante Amarildo.


- Do Botafogo, eu tenho mais de 500. Todas camisas de jogo, preparadas ou usadas pelos jogadores. Além dessas, eu tenho outras que eu uso, que são compradas em loja, ou réplica. Tem várias outras que eu uso eventualmente ou quase sempre.


Minha coleção de camisa de jogo, que eu tenho apreço, são 520 peças mais ou menos. A mais antiga é a do Amarildo de 1957, usada na vitória sobre o Fluminense por 6 a 2 e autografada por ele.

— Adolpho de Oliveira


O acervo de camisetas não está exposto. Adolpho mantém as peças guardadas e conservadas dentro da própria casa, um desafio grande, considerando a quantidade de camisas do clube que ele acumulou ao longo dos anos.


Inicialmente, todas as peças ficavam nos armários do apartamento de quatro quartos onde vive. Porém, com o nascimento dos dois filhos, o comerciante precisou reduzir o espaço ocupado pelos mantos. A solução foi encaixotar e concentrar todos em um armário só.


- Antes, eu ocupava 100% dos armários do meu apartamento, que tem quatro quartos. Era uma treta impressionante com a minha mulher (risos). Aí nasceu um (filho), depois nasceu outro e complicou tudo. Então eu armazenei no plástico à vácuo, coloquei em caixas e ocupo a parte superior inteira do armário. Nem mala eu consigo guardar lá em cima, é só camisa de futebol. Foi a solução que eu encontrei.


Eu penso em abrir um bar para expôr todo esse material que eu tenho. Como moro em Minas, a ideia seria explorar mais o material da Seleção Brasileira para criar um espaço para a galera falar de futebol enquanto toma uma cerveja. Mas daria para fazer um cantinho só do Botafogo.

— Adolpho de Oliveira


Coração alvinegro

Adolpho de Oliveira Netto Junior é mineiro raiz, nascido e criado em Belo Horizonte. Porém, diferentemente da maior parte dos conterrâneos, não escolheu torcer por um dos três times da capital mineira. A relação com o Botafogo começou de forma inusitada.


- No meu aniversário de 6 anos, minha mãe resolveu fazer uma festa temática de futebol. O ano era 1981. Todo mundo tinha que ir com o uniforme do time de coração. Só que lá em casa meu pai e minha mãe não sabem nada de bola. Não devem saber a cor do gramado do Mineirão até hoje (risos). Então eu fui em uma loja com a minha mãe para comprar o uniforme que eu ia usar. Perguntei para o vendedor o que tinha, ele me falou todos: América-MG, Cruzeiro, Atlético, Flamengo, Vasco... aí uma hora ele me falou Botafogo.


Eu já me encantei com o nome. Minha primeira ligação com o clube foi pelo nome. Aí ele me mostrou a camisa, listrada com a estrela solitária e foi paixão à primeira vista. Essa camisa eu tenho até hoje, pequenininha com o número 6 atrás, porque eu ia fazer seis anos. Ali começou o meu botafoguismo.

— Adolpho de Oliveira


O amor pelo Botafogo construído através daquela camisa comprada em 1981 foi passada para a nova geração. Os filhos Inácio, hoje com 11 anos, e Miguel, de 7, vestiram o mesmo manto que o pai usou décadas atrás e que fez nascer a paixão pela Estrela Solitária.


Em 2023, o Botafogo busca o título do Campeonato Brasileiro que não é conquistado pelo clube há 28 anos. A taça está próxima muito por conta de um bom trabalho do que Adolpho chamou de "refundação" do clube após a aquisição da SAF pelo americano John Textor.


- Quando virou SAF e foi adquirido por ele foi um restart na história. Então esse título brasileiro que está na cara do gol para acontecer vai vir coroar isso tudo de uma forma precoce. Eu achava que iria acontecer isso, mas em cinco, seis ou oito anos. Já acontecendo agora não tem o que fazer, a não ser comemorar e muito - afirmou Oliveira.


Com as paredes da loja já tomadas do teto até quase o chão pelo extenso acervo do comerciante, fica o questionamento: onde vai entrar o pôster de Campeão Brasileiro de 2023?


- Eu sabia que você ia me perguntar isso (risos). Esse é o grande problema que eu tenho no ano. Porque as paredes aqui acabaram, né?!


Vai ter o pôster de campeão Brasileiro de 2023 se Deus quiser, e vai ser um postêr grande. Então eu vou ter que fazer uma reengenharia aqui, mas eu dou um jeito. Esse pôster vai rolar, vai estar aqui.

— Adolpho de Oliveira


Fonte;ge.globo


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