Brasileiro, que jamais venceu em Teahupoo, no Taiti, palco do surfe nos Jogos Olímpicos no próximo ano, declara: "A onda lá é uma das mais desafiadoras do mundo, mas isso me motiva"
Filipe Toledo vive grande fase: é atual campeão mundial de surfe, busca o bicampeonato e venceu a etapa de Sunset, no Havaí, no mês passado. É evidente que o foco está no troféu, porém, um outro objetivo faz seus olhos brilharem: os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
O surfista - que a partir desta quarta-feira disputa a terceira etapa do circuito mundial, em Peniche, Portugal -, sonha repetir o feito de Ítalo Ferreira, primeiro e único medalhista de ouro da modalidade, estreante nos Jogos na última edição.
Foto: Thiago Diz/World Surf League
- Acredito que o meu maior objetivo agora é ser campeão Olímpico. Vou continuar focado na WSL em busca de mais títulos mundiais, mas os Jogos Olímpicos são o principal objetivo da minha carreira. Todo atleta sonha em um dia conquistar a medalha de ouro - afirmou o paulista, natural de Ubatuba, em entrevista exclusiva ao ge.
Para conquistar uma vaga no esquadrão brasileiro que irá representar o país em Teahupoo, no Taiti, onde será o surfe nas Olimpíadas, Filipinho precisa estar entre os dez melhores surfistas da temporada 2023 do Circuito Mundial da WSL. Ao todo 48 atletas disputam as medalhas - 24 no masculino e 24 no feminino.
- Acho que a pressão é algo normal para os todos os atletas de alta performance e que todos vão acabar passando por isso. É claro que isso pesa de alguma forma, mas não é algo que vai me atrapalhar e sim me motivar a conquistar a vaga. Com o passar dos anos, vamos amadurecendo cada vez mais para essas situações e me sinto muito preparado para conseguir uma das vagas em Paris 2024.
Filipinho jamais faturou uma etapa em Teahupoo, conhecida pelas ondas perfeitas, mas afiadas pela bancada de coral no fundo. Conseguir uma medalha olímpica na Praia dos Crânios Quebrados - na tradução para o português - seria a melhor forma de "estrear" no pódio.
- A onda de Teahupoo é uma das mais desafiadoras do mundo. Mas, o fato de eu nunca ter vencido no Taiti não me incomoda ou me faz pensar que não estou preparado para competir lá nos Jogos Olímpicos, muito pelo contrário, isso só me motiva ainda mais a buscar esse título para a minha carreira. Eu me sinto mais preparado do que nunca e seria uma honra representar meu país nas Olimpíadas.
O Brasil - desde 2014, quando Gabriel Medina quebrou a hegemonia de americanos e australianos - figura no topo do circuito mundial. Entretanto, há jovens promissores de países menos tradicionais no esporte, como Marrocos e Itália. Isso apimenta ainda mais a disputa, segundo Filipinho.
- O surfe estará muito bem representado para os próximos anos, existem muitos surfistas talentosos surgindo e que estão buscando os seus espaços na elite. É muito legal ver que hoje a elite não possui uma hegemonia de um só país, mas uma mistura de várias culturas e países, e que o nível continua muito elevado. Isso é um sinal que o esporte só cresce e espero que continue assim, para o surfe ser valorizado como merece. A nova geração do surfe brasileiro também vem muito bem, com o João Chumbinho, o Samuel Pupo e muitos nomes promissores que vão manter o Brasil no topo - encerrou.
Fonte;ge.globo
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