Treinador concedeu entrevista coletiva depois da vitória por 1 a 0 sobre o Japão, em Tóquio
6Com gol de pênalti de Neymar, a Seleção venceu o Japão por 1 a 0, na manhã desta segunda-feira, no estádio Nacional de Tóquio, em mais um amistoso preparatório para a Copa do Mundo do Catar.
Foto: Bruno Cassucci
Depois do jogo, Tite concedeu entrevista coletiva. O técnico reclamou da arbitragem por não coibir faltas da seleção japonesa. Foram 18 na partida - oito delas em Neymar. Com passagem pelo futebol japonês, César Sampaio lamentou o que considerou excesso dos japoneses - "às vezes com violência", mas considerou válida a experiência como "jogo de Copa do Mundo".
- Fiquei brabo com a arbitragem. A falta tática era toda hora. Forte demais, passava do ponto. E aí o poder criativo ficava neutralizado nessa. O jogo te permite isso, o árbitro que tem que coibir - disse o treinador da seleção brasileira.
Tite também reconheceu mérito dos japoneses na marcação e destacou a velocidade dos jogadores na recomposição. Sem deixar de cobrar também eficiência dos seus atacantes. Foram 20 finalizações, mas oito delas bloqueadas pelos adversários.
- A atuação foi sólida, enquanto não teve o poder criativo maior. Quando teve o poder criativo maior, teve um detalhe que foi significativo, as finalizações têm que ser mais precisas. Tivemos número bastante grande de finalizações, mas número grande também de finalizações bloqueadas, mas também imprecisas nossa - comentou Tite.
O treinador destacou as variações que pôde observar na partida. Segundo ele, a Seleção estava "em busca de construção, mexendo na equipe, dando oportunidades, mas mantendo estrutura". Lembrou que começou com dois externos (Raphinha e Vini Jr), depois trocou e "botou velocidade com os dois do lado, depois traz um meia-atacante para segunda função e bota pivô", referindo-se à entrada de Richarlison - que sofreu o pênalti - na segunda etapa.
- Também trouxemos jogador que tem origem de lateral, mas também pode executar função de lateral - estou falando do Militão, que substituiu Daniel Alves - e tu faz uma composição importante, inclusive por aspecto físico. Porque a grande maioria dos atletas está terminando a temporada. Nesse aspecto, fiquei feliz - disse o técnico, que deu a entrevista ao lado de César Sampaio.
Convocação de 26 jogadores
- Uma projeção nossa para a Copa do Mundo é de convocar 26 jogadores. Se convocar com só 23, é duro. Vamos buscando um equilíbrio nisso. Aí deixamos o Alex Sandro fora do banco, o Rodrygo fora do banco. A gente também procurou equilibrar em termos físicos a equipe. O Arana foi muito bem, assim como o Telles foi muito bem. Vamos todos sair de férias, nos cuidarmos bem, para estarmos na reapresentação para a Copa do Mundo na plenitude da nossa forma. Desses 45, 50 jogadores que a gente tem, eu não sei quem vai ser. Uma convocação tem um tempo muito curto antes. Mas o aspecto de saúde é fundamental.
Concorrência na zaga
- Os três (Thiago Silva, Marquinhos e Militão) jogam muito, se eu errar, eu acerto. E tem o quarto. Está uma disputa legal nesse quesito. De preparação, eu vou dizer que esse período te dá a condição de fazer uma fase inteira de uma Copa do Mundo para a outra. Eu não imaginava estar na seleção brasileira, é um sonho, e fazer um ciclo inteiro. Agora quero oportunizar, gerar confiança nos jogadores, errar e acertar. Quero falar de Alex Sandro, falei para ele que jogou muito, que voltou a ser Alex Sandro. Ele começou a rir. Estar nessa fase, desse tempo todo de preparação, me permite, me dá um leque. A gente errou, mas oportunizamos. Isso durante uma formação de equipe. Hoje o atleta entra em campo e sabe que não vai ter a cabeça entregue de cabeça. Só o tempo permite isso.
Alex Sandro e Arana na frente de Telles?
- Eu, se fosse tu, não apostaria. Tem muito tempo ainda. E trouxe o Renan Lodi junto de volta (risos).
Amistosos para setembro
- Contra que seleção jogar em setembro? Hipoteticamente? A França, campeã mundial. França, vamos colocar um pouco mais… Alemanha, Inglaterra, top, top. No mundo real não dá agora.
Jogo contra a Argentina?
- Que se faça justiça, que se faça correção dos fatos. A Fifa e a Conmebol têm que fazer a coisa que é certa, com todos os dados. Não fizemos jeitinho brasileiro para nada, não deixamos jogador fora. Nós fizemos aquilo que a lei mandava, com a devida correção. Vocês são testemunhas disso. O que nós fizemos de errado? Quero ouvir enquanto seleção brasileira. Faça a coisa que é correta para todo.
Experiência do ciclo inteiro
- Claro que contribuiu antes também, não sou ingênuo (outro ciclo da Copa). Claro que me trouxe know-how, casca grossa. Não estou desprezando. Não imaginava isso para a seleção brasileira (ciclo completo). Muito melhor preparado do que a primeira, com certeza. Mas não sei quantificar.
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