Excelente entrevista a Bruno Marinho, Diogo Dantas e Renan Damasceno
Tite diz que não vai a Brasília, vencendo ou perdendo a Copa do Mundo. É seu gesto político, o de dizer que não concorda com o uso politiqueiro da seleção brasileira. Tite não precisa dar publicidade a seu voto, é seu direito preservar-se e não influenciar o processo eleitoral. Também é de foro íntimo não querer ter sua imagem utilizada pelo Palácio da Alvorada, seja qual for seu morador.

Foto;Reprodução
"A seleção pode ir. Eu não vou."
Deixa a batalha para preservar a camisa amarela e não deixá-la ser mais usada pela política do que tem sido para as torcidas. "A batalha do futebol é da educação, da competição para ser melhor, mas com limites éticos, e a de ser mais arrojado, o mais criativo."
Tite chegará à Copa do Mundo em plena maturidade, como técnico e pessoa. Afirma que a seleção vive seu melhor momento, desde que assumiu, em 2016,, que ganhou a Copa América há três anos sem praticar o futebol que sonha. Ele já disse muitas vezes que não quer ganhar o Mundial como a França fez na Rússia. Não que menospreze o estilo Deschamps, mas pretende vencer jogando como o Brasil se acostumou: atacando e sem renunciar ao estilo brasileiro.
A seleção tem conseguido jogar assim. Os repórteres Bruno Marinho, Diogo Dantas e Renan Damasceno perguntam a Tite se será possível jogar uma Copa do Mundo com cinco jogadores de características de ataque. O treinador responde com sabedoria: "Não sei. Vai depender da análise do adversário e do quanto essa equipe se consolidar também." Cada jogo é um jogo e não dá para ficar refém de uma ideia, se ela não estiver funcionando ou se houver um rival muito mais forte.

O Brasil chegará candidato ao título, não como favorito. Tite sabe que a fase de grupos será difícil e pode ajudar a amadurecer. Conseguiu montar um elenco comprometido. E um método de trabalho consolidado. É o que pede na última resposta da entrevista publicada na edição impressa de O Globo, deste domingo: "Eu gostaria que a estrutura permanecesse. A estrutura de alto nível."
Quem já esteve no andar em que trabalha a comissão técnica da seleção sabe do que ele está falando. Nos últimos seis anos, montou-se uma estrutura de trabalho que faz o treinador da seleção estar presente todos os dias. Não trabalha uma vez por mês, apenas. A rotina é diária. Ver, rever, analisar, estudar, telefonar para jogadores, médicos de clubes da Europa.... Tite chega todo dia por volta de 9 horas da manhã à avenida Luiz Carlos Prestes, onde fica a sede da CBF.
É por isso que a seleção chegará em bom nível ao Catar. Quem ler a entrevista de Tite a O Globo vai entender isso.

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