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Sete pecados: entenda como o Santos foi rebaixado pela primeira vez na história


ge detalha os principais erros do Peixe na campanha que levou o time para a Série B


O primeiro rebaixamento do Santos em 111 anos de história foi consumado em 6 de dezembro de 2023, mas começou a ser gestado muito antes disso, fruto de inúmeros erros administrativos e esportivos.


Em crise há três anos, desde a derrota na final da Conmebol Libertadores, em janeiro de 2021, a equipe vinha frequentando desde então as últimas colocações não apenas do Campeonato Brasileiro, mas também do Paulistão.

Foto: Abner Dourado/AGIF

Muita quantidade, pouca qualidade

O que todo torcedor santista já sabia foi reconhecido pelo próprio coordenador de futebol do clube, Alexandre Gallo: o elenco alvinegro é ruim.


– A equipe tem muitos problemas técnicos. E não pudemos fazer essa correção porque só podíamos contratar jogadores que estavam sem contrato. Sem transferir a responsabilidade, mas isso é um fato – declarou o dirigente, que ainda completou:

– Eu acho que é possível ter uma equipe melhor que tínhamos nesse momento vivendo essa realidade que vivemos. Infelizmente essa falta de qualidade nos trouxe a essa situação agora.


As deficiências persistiram apesar das dezenas de contratações feitas em 2023. Neste ano, o presidente Andres Rueda fechou com 21 novos jogadores - praticamente a inclusão de um novo elenco completo durante a disputa da temporada.


Do time que iniciou a última rodada do Brasileirão, apenas João Paulo, Lucas Braga e Soteldo estavam no clube no ano passado.


Além do alto custo com as contratações, a rodagem dos jogadores nos corredores do CT Rei Pelé inviabiliza a manutenção de um sistema de jogo e dificulta o entrosamento entre os titulares.


A título de comparação, dos 11 titulares utilizados no primeiro jogo da temporada, contra o Mirassol, no Paulistão, cinco deles não vestem mais a camisa do Santos.


Trocas de técnico


No ano de seu rebaixamento, o Santos foi treinado por quatro nomes diferentes. A temporada começou com Odair Hellmann, demitido após as eliminações no Paulistão, Copa do Brasil e Sul-Americana. Na sequência, com o Brasileirão em curso, o time foi dirigido por Paulo Turra, que durou 43 dias e apenas sete jogos no cargo.


O uruguaio Diego Aguirre foi o escolhido para substituí-lo, mas a experiência durou apenas cinco jogos. Sem opções no último trimestre do ano, o Santos recorreu ao então auxiliar Marcelo Fernandes, efetivado em setembro.


As constantes trocas não impactaram negativamente apenas em questões táticas e na metodologia de trabalho, e sim nos nomes da comissão técnica, na rotina do CT Rei Pelé e no planejamento estratégico do departamento de futebol.


Extracampo


O Santos lidou com diversos problemas fora das quatro linhas nos últimos tempos.

Em maio, o clube decidiu afastar Eduardo Bauermann, zagueiro que admitiu ter participado de esquema de manipulação de jogos por apostas esportivas. Depois, o contrato dele foi suspenso.


Em julho, outro jogador foi afastado, mas dessa vez temporariamente: Soteldo foi afastado pelo então técnico Paulo Turra depois de se recusar a treinar após a partida contra o Blooming, pela Sul-Americana. O atacante, então, passou a trabalhar separado dos companheiros e só foi reintegrado após a saída do treinador.


Mais recentemente, na semana passada, um novo contratempo: Marcos Leonardo e Jean Lucas se atrasaram na apresentação para a viagem a Curitiba, onde o Peixe enfrentou o Athletico-PR na penúltima rodada do Brasileirão.


Demorou a engrenar

O desempenho no segundo turno seria suficiente para salvar o Santos do rebaixamento. Na segunda metade do Brasileirão, o Peixe teve a décima campanha, com 46,3% de aproveitamento.


O problema foi na primeira parte da competição, quando somou apenas 18 pontos em 57 disputados. A equipe até tentou correr atrás do prejuízo, mas não conseguiu.


Desempenho na Vila Belmiro

Trunfo do Santos em outros momentos, o Alçapão não funcionou em 2023. A equipe deixou escapar pontos importantes dentro de casa, inclusive na reta final - o time não conseguiu vencer os últimos quatro jogos como mandante, diante de Cuiabá, São Paulo, Fluminense e Fortaleza.


O Peixe terminou o Brasileirão com a sexta pior campanha em casa, com apenas 46,3% de aproveitamento.


Fracassos em momentos decisivos

A fragilidade emocional do grupo santista ficou evidente momentos-chave. Em que pese a baixa competitividade e ausência de referências dentro do próprio elenco, o Peixe não conseguiu se impor em jogos decisivos.


O Santos colecionou fracassos em jogos importantes, como diante do Ituano (na última rodada da primeira fase do Paulista), Bahia (nas oitavas da Copa do Brasil), Newell's Old Boys (Copa Sul-Americana) e, mais recentemente, na reta final do Brasileirão. Soma-se a isso as goleadas sofridas para os rivais Palmeiras e São Paulo, e também diante de Fortaleza e Internacional no Brasileirão.


Sistema defensivo

A fragilidade da defesa foi um dos pontos baixos do Santos ao longo da temporada. Levando em conta as quatro competições que disputou, o Peixe sofreu 87 gols em 62 partidas - média de 1,4 por jogo. É o segundo pior número do clube em todo o século 21. 


Ao longo deste ano, a equipe teve Eduardo Bauermann, Maicon, Alex Nascimento, Luiz Felipe, Joaquim, Messias, João Basso e Jair Cunha em campo. Além deles, os improvisados Dodô, João Lucas e Tomás Rincón atuaram na posição em algum momento do ano. 


Com a mudança dos técnicos, o clube jamais teve uma dupla ou trio de defesa fixos, o que dificultou o entrosamento e contribuiu para um número tão alto de gols sofridos.


Fonte;ge.globo


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