A CBF pretende anunciar nesta quarta-feira um adversário de peso na preparação da Seleção para a Copa do Mundo. O presidente interino da entidade, Ednaldo Rodrigues, apresentou na noite de terça uma proposta para a equipe comandada por Tite enfrentar a Inglaterra, em junho.
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O amistoso fará parte de um pacote de eventos conjuntos organizados pela Conmebol e pela Uefa. O projeto contou com o apoio dos presidentes das duas entidades em um jantar realizado na terça em Assunção, no Paraguai. A ideia conta com aval de Tite, que em setembro tornou público seu pedido para enfrentar adversários europeus antes da Copa.
- Faço pedido ao Juninho. Pode armar qualquer amistoso com qualquer seleção europeia, pois é importante. Nós queremos. A Seleção quer - disse o treinador à época.
A proposta será votada no começo da tarde desta quarta em Assunção, na reunião do Conselho da Conmebol, que terá como convidado o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, e outros dirigentes da entidade europeia.
A intenção é realizar a partida em Londres no mesmo período de disputa do amistoso entre os atuais campeões da Copa América e da Eurocopa, Argentina x Itália, marcado para o dia 1º de junho.
O amistoso da Seleção faria parte da programação do chamado encontros dos campeões. De acordo com as negociações, vice da Copa América, a Seleção jogaria contra a Inglaterra, que ficou em segundo lugar na Euro.
O último amistoso da equipe comandada por Tite contra a Inglaterra foi um empate sem gols em Wembley em 2017. Na ocasião, a equipe teve a sua pior atuação sob o comando do técnico gaúcho até então.
A necessidade de encarar seleções europeias se tornou assunto frequente na CBF nos últimos meses. Recentemente, a entidade fez consulta informal à Fifa e à Conmebol sobre a possibilidade de montar time alternativo para disputar as últimas duas rodadas das Eliminatórias em março, enquanto o time principal viajaria para enfrentar os europeus, mas recebeu "não" como resposta.
Após o fim das Eliminatórias, há a previsão de duas datas Fifa antes da Copa, uma delas exatamente entre 31 de maio e 14 de junho, quando haveria o confronto com a Inglaterra, com até três jogos por equipe. A outra data Fifa prevê duas partidas em setembro. Um dos amistosos do Brasil nessas datas deve ser contra a Argentina - a CBF espera ainda definição da Fifa sobre a partida das Eliminatórias contra os argentinos, que foi interrompida no início.
O jogo da Seleção contra a Inglaterra em junho seria mais um capítulo da aliança entre a Uefa e Conmebol. Em dezembro, as duas confederações anunciaram que vão abrir em março um escritório em conjunto em Londres. O objetivo é viabilizar nos próximos meses uma série de torneios em diversas modalidades – de seleções e clubes, futebol feminino, de base, futsal e beach soccer –, além de avançar em alianças que envolvam a formação de treinadores e árbitros. Na reunião de dezembro realizada por representantes dos dois continentes, uma proposta aprovada foi integrar as 10 seleções da América do Sul à Liga das Nações, competição criada em 2018 que reúne todas as 55 seleções europeias. Para isso, um grupo técnico foi constituído.
O novo torneio daria aos treinadores das seleções da América do Sul a oportunidade de voltar a ter confrontos no período de preparação para a Copa entre seleções da América do Sul e Europa, algo que não ocorre mais por causa do calendário cheio dos europeus com a Liga das Nações. O formato não foi definido. Eles discutiram a possibilidade de os sul-americanos integrarem grupos junto com seleções europeias. Outra ideia é a Conmebol fazer sua própria Liga e depois juntar os finalistas de cada continente numa espécie de "mini Copa".
Guerra fria com a Fifa
O calendário é o centro de uma disputa que hoje tem a Fifa contra a Uefa e a Conmebol. A Fifa tenta aprovação para uma mudança radical no calendário, que prevê uma Copa do Mundo a cada dois anos. As confederações continentais são contra, porque isso na prática desvalorizaria os seus próprios torneios de seleções. A ECA (Associação dos Clubes Europeus) também é contra.
Uefa e Conmebol ameaçaram até deixar a Fifa e não disputar a Copa do Mundo caso a ideia fosse levada adiante. Desde então, a ideia perdeu força.
Ao abrirem um escritório em conjunto em Londres, as duas confederações continentais que ganharam Copas do Mundo mandam para a Fifa a mensagem de que essa aliança é mais do que apenas conversa. Fonte;https://ge.globo.com
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