Renato Gaúcho explica aposta e churrasco no Botafogo em 1992, mas diz: "Faria tudo de novo"

Renato Gaúcho explica aposta e churrasco no Botafogo em 1992, mas diz: "Faria tudo de novo"

Técnico se defende de polêmica que marcou a final do Brasileiro contra o rival Flamengo: "Foi um ano em que eu joguei muito pelo Botafogo"

O ano era 1992. Depois do primeiro jogo da final do Campeonato Brasileiro, com vitória do Flamengo por 3 a 0 sobre o Botafogo, Renato Gaúcho - então camisa 7 do Alvinegro - promoveu um churrasco que é lembrado até hoje pela torcida. Em entrevista à TV Globo, o técnico reforçou que faria tudo novamente mesmo após a repercussão negativa com os botafoguenses. A confraternização foi fruto de uma aposta perdida para o amigo Gaúcho, autor de um dos gols do Flamengo na ida.

Renato Gaúcho explica aposta e churrasco no Botafogo em 92, mas diz: "Faria tudo de novo"

— É uma polêmica que todo mundo fala até hoje, mas, com todo o respeito à torcida do Botafogo, houve outras apostas. Naquela época a gente promovia muitos jogos.

Romário, Edmundo, Gaúcho... Houve outras apostas que eu perdi e que eu ganhei e que foram pagas. Até porque no momento que você aposta você tem que assumir que vai pagar. Tiveram outros churrascos que eu ganhei, que eu perdi, mas infelizmente teve essa polêmica nesse churrasco porque nós perdemos o primeiro jogo no Maracanã — disse o técnico, acrescentando.

— Segunda-feira era nosso dia de folga e, como eu havia apostado, paguei a aposta. Muita gente se ofendeu com isso. Foi um ano em que eu joguei muito pelo Botafogo, tenho certeza que ajudei muito o Botafogo a chegar naquela final. Com todo respeito à torcida do Botafogo, eu faria tudo de novo.

O episódio do churrasco causou a fúria não só da torcida alvinegra, que protestou nos treinos do Botafogo em Marechal Hermes, mas também do então presidente Emil Pinheiro. A contragosto do técnico Gil e de companheiros do atacante, o dirigente decidiu barrar Renato Gaúcho da partida de volta.

Sem o camisa 7 em campo, o Botafogo ficou com o vice-campeonato do Campeonato Brasileiro. Na volta, o empate por 2 a 2 no Maracanã deu o troféu nacional ao Flamengo.

— Eu tinha que correr era no Maracanã. E eu corri durante os 90 minutos que estava no campeonato, dei tudo de mim no campeonato todo. E no meu dia de folga eu paguei a aposta, até porque se eu tivesse ganhado o jogo (de ida) o Gaúcho teria pagado a aposta.

Muita gente fez a polêmica, eu fiquei fora do segundo jogo, poderia ter ajudado, mas são coisas que infelizmente acontecem no futebol. Era meu dia de folga, não me arrependo de ter feito aquilo. Fiz o churrasco pagando a aposta, não fui para agredir ou humilhar ninguém — completou Renato Gaúcho.

Pouco após o episódio do churrasco, Renato deixou o Botafogo rumo ao Cruzeiro, clube que defendeu por quatro meses antes de assinar com o Flamengo para 1993. A polêmica fechou as portas de vez para o ex-atacante no Alvinegro: dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, o Botafogo é o único que nunca teve Renato Gaúcho como treinador.

O Botafogo fará um amistoso neste sábado, às 16h15, contra o Novorizontino. A partida no estádio Nilton Santos será a primeira exibição pública do time sob o comando de Renato Paiva; em jogo-treino, o Alvinegro empatou com o Cruzeiro. O atual campeão estreia no Campeonato Brasileiro no dia 30 de março, às 16h, contra o Palmeiras.

Renato Portaluppi e Gaúcho em churrasco após a ida da final do Brasileiro de 1992 — Foto: Reprodução

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