Protagonista, Leclerc faz a pole na França. Com ajuda do coadjuvante
- MDD Sports
- 24 de jul. de 2022
- 3 min de leitura
Punido por troca de motor, Sainz ajuda companheiro com o vácuo nas duas tentativas no Q3. Red Bull não faz frente à Ferrari na classificação e terá Verstappen em segundo e Pérez em terceiro
Como em uma grande produção de cinema, trabalho em equipe no automobilismo é essencial. Ninguém consegue brilhar como protagonista sem um bom trabalho dos coadjuvantes. Foi exatamente o enredo da Ferrari na classificação deste sábado para o GP da França, no Circuit Paul Ricard, na pequena Le Castellet. O trabalho de Carlos Sainz, punido por trocar os componentes da unidade de potência e, por isso, relegado à penúltima posição, foi essencial para o brilho de Charles Leclerc em suas duas tentativas no Q3. Com um vácuo essencial, o monegasco marcou uma volta espetacular em 1m30s872, 304 milésimos à frente do líder do campeonato Max Verstappen. A Red Bull também terá Sergio Pérez na terceira posição.

Foto;Dan Istitene/F1 via Getty Images
Foi um belo exemplo de como a Ferrari precisa trabalhar em equipe se quiser brigar pelos títulos de pilotos e de construtores em 2022. A equipe italiana já perdeu pontos importantes em corridas anteriores simplesmente por se recusar a emitir ordens para seus pilotos na pista. Tudo bem que só aconteceu porque Sainz já largaria na penúltima posição por causa da punição. Mas a 16ª pole da carreira de Leclerc, a sétima nesta temporada, veio com uma ajuda essencial do companheiro. Tudo bem que o monegasco mostrou sua habitual velocidade em voltas lançadas - talvez seja o melhor piloto do momento neste quesito na F1. Mas o vácuo cedido pelo espanhol foi responsável por uma vantagem importante em uma classificação que vinha equilibrada no Q1 e no Q2.
A Red Bull, por sua vez, não foi páreo para a Ferrari. Quando a equipe italiana liberou todo o desempenho de seus carros (e trabalhou em conjunto), Verstappen e Pérez não tiveram chances de lutar pela pole position. Para se ter uma ideia, o holandês ficou três décimos atrás do monegasco, enquanto o mexicano foi superado por 463 milésimos. E são dois pilotos também muito eficientes em ritmo de classificação. Deu para ver também a diferença do desempenho dos carros das duas equipes em Paul Ricard. Enquanto a Red Bull voou no segundo setor, formado basicamente por retas, a Ferrari dominou no primeiro e no terceiro, recheados de curvas. Um ponto interessante para observar na corrida.

Só que o fator decisivo nas 53 voltas do GP da França está bem definido: será o gerenciamento dos pneus debaixo do forte calor da onda de calor que afeta a Europa. É só lembrar do que aconteceu em Barcelona, em maio, em uma das corridas mais quentes da história da Fórmula 1, com temperatura de 39,9°C. Foi uma corrida de sobrevivência. A Ferrari, na ocasião, não sofreu com o desgaste dos compostos, mas sofreu um golpe complicado com a quebra do motor de Leclerc. Já a Red Bull fez dobradinha com Verstappen e Pérez, mas teve problemas com a degradação. E é neste ponto que outra coadjuvante da classificação deste sábado pode aparecer: a Mercedes, que tem problemas de aquecimento dos pneus em voltas lançadas, mas, em compensação, gerencia melhor o desgaste. É aí que as Flechas de Prata podem aprontar uma surpresa.

Diante das limitações do W13, a classificação só não foi perfeita para a Mercedes por causa de uma volta fantástica de Lando Norris com o cronômetro zerado. Lewis Hamilton, naquele momento, era o quarto e George Russell logo atrás. Mas o inglês da McLaren roubou a quinta posição do compatriota, que teve de se contentar com a sexta posição. Após a sessão, no entanto, a equipe alemã não se mostrou preocupada com isto, já que nas simulações de corrida nos treinos livres de sexta-feira teve um desempenho bem melhor que a da rival. A esperança da Mercedes é acertar na estratégia para tentar lutar por uma vaga no pódio. E vale também o destaque para Hamilton: após trabalhar para resolver os problemas do carro, testando novidades em várias corridas no início do ano, superou mais uma vez Russell. Algo que era esperado, vale lembrar.
Para encerrar, a grande surpresa desta classificação foi a disparidade de desempenho entre os pilotos da AlphaTauri. Enquanto o japonês Yuki Tsunoda colocou seu carro na oitava posição, o local Pierre Gasly foi eliminado ainda no Q1 e vai largar apenas em 14º, beneficiado pelas punições a Carlos Sainz e Kevin Magnussen, da Haas, pela troca dos componentes das unidades de potência. Olho também na dupla da Alpine: Fernando Alonso larga em uma boa sétima posição e Esteban Ocon, eliminado no Q2, subiu para décimo. E Daniel Ricciardo, companheiro de Norris na McLaren, sai em nono. De novo: quem acertar na estratégia e lidar melhor com o desgaste dos pneus pode ter muitas chances de conseguir uma boa posição dentro da zona de pontuação.

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