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Foto do escritorMDD Sports

Pia Sundhage muda jogo da Seleção e sai fortalecida de Wembley mesmo sem o título


Treinadora começa em esquema conservador, mas lê o jogo e assegura "novo" Brasil apesar de derrota nos pênaltis na Finalíssima. Entre as jogadoras, nomes a se celebrar e confiar para a Copa


O jogo desta quinta-feira não era mais um teste e sim uma decisão de título, mas acabou provando alguns novos pontos para a seleção brasileira. Prevendo um confronto difícil diante da Inglaterra, atual campeã da Euro, pela Finalíssima, em um Wembley lotado, a técnica Pia Sundhage optou por uma linha de cinco atrás com três na zaga: Lauren, Kathellen e Rafaelle. Com isso, ampliar o campo e bloquear as chegadas pelos lados que as rivais possuíam como um dos vários pontos fortes. O Brasil defendeu, se segurou, mas fez pouco ofensivamente. Entrou para não perder - até uma forma de pensada, talvez, para se arriscar mais na etapa complementar.


E assim o Brasil seguiu o primeiro tempo. O esquema não vingou, e as inglesas acabaram se sentindo à vontade para colocar seu jogo em ação pelas mãos da técnica Sarina Wiegman. Saíram na frente em uma jogada de almanaque: chegada pela direita com tabela entre Lucy Bronze e Stanway e gol de Toone. A Seleção corria, se entregava, mas as soluções não eram suficientes diante da considerada favorita ao título mundial, em julho, em Austrália e Nova Zelândia.

— Foto: Thais Magalhães/CBF

Pia então decidiu mudar para o segundo tempo. E foi aí que entrou em ação a renomada técnica que é. Leu bem o jogo. Mudou e deixou a Inglaterra desconfortável. Tirou Lauren e colocou Andressa Alves. Na vaga de Bia Zaneratto assumiu Adriana. A atacante do Orlando Pride deu mais mobilidade. No desenho, uma pressão mais alta com quatro. Passou a ter um ataque. Insistiu, teve volume e foi aos 47 do segundo tempo que chegou ao empate com Andressa. Nessa etapa complementar, uma palavra sempre comentada por Pia passeou em campo com o Brasil: grit. A perseverança, resistência em busca do objetivo. E as brasileiras se propuseram com muita força a isso. Derrota nos pênaltis, mas a afirmação de alguns nomes.


Antonia foi incansável. Intensa e segura nas ações voltou nesta data Fifa provando o quão essencial é ao time titular. Com Lorena lesionada e fora da Copa, Lelê assumiu a titularidade e foi firme e ágil em campo. Com a série de lesões no meio de campo - Angelina e depois Duda Sampaio -, Pia recorreu novamente a uma atleta que não teve uma boa passagem na Copa América, mas que sempre esteve em seu campo de visão: Luana. A jogadora entrou como titular e mostrou à treinadora que é uma opção sólida para a Copa.


No ataque uma redescoberta. Geyse, que não rendeu bem na dupla com Bia Zaneratto, se achou na formação mais avançada do segundo tempo. Recriou um momento Barcelona que há tempos era pedido e teve intensidade. Chamada de última hora após o corte de Nycole, Andressa Alves entrou na partida e agora corre por fora por uma vaga no Mundial. Provou saber entender os espaços, afinal, experiência de grandes jogos não lhe falta.


Os desfalques foram importantes e de titulares. Na zaga, Tainara não esteve. No ataque, sem Debinha, a principal jogadora da era Pia. E sem falar de Marta, nossa camisa 10. A prova de fogo não chegou com um título, mas mostrou que a seleção é capaz de variar situações de jogo e tentar formatos diferentes. Após os Jogos Olímpicos de Tóquio, Pia foi perguntada o que poderia ter feito de diferente e o que se arrependia após a eliminação do Brasil para o Canadá. Ela comentou que deveria ter sido mais ágil nas mudanças. Essa lição foi trazida de lá.


Pia mudou e deu nova cara à Seleção. Mas isso não seria possível sem o entendimento de jogo de suas comandadas. O Brasil dá um novo passo. Sai fortalecido para a Copa, mas quem sai ainda mais é sua treinadora. Na terça, um amistoso contra as vice-campeãs da Euro, as alemãs, em Nuremberg - TV Globo e SporTV transmitem ao vivo. Mais uma oportunidade para quem ainda está na corrida por entrar na lista. E também para a Seleção tentar corrigir seu ponto fraco: o desperdício de finalizações e o trabalho no último terço do campo. Em grandes jogos, como foi visto nesta quinta, pode não dar tempo de ter uma segunda ou terceira chance. O Mundial é logo ali, dia 20 de julho, e o tempo, curto.


Fonte;ge.globo



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