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Opinião: Rogério Ceni precisa ser mais treinador e menos diretor no São Paulo

  • Foto do escritor: MDD Sports
    MDD Sports
  • 18 de abr. de 2023
  • 3 min de leitura

Técnico tem assumido responsabilidades que não lhe cabem e perdido cada vez mais o rumo do seu propósito, que é treinar e melhorar a equipe


O texto a seguir não vai discutir sobre as capacidades técnicas e táticas de Rogério Ceni. Muito menos vai definir se ele é bom ou ruim para o cargo que ocupa atualmente no São Paulo. O que virá é uma reflexão do quanto Ceni precisa focar mais no que acontece em campo e deixar de tentar corrigir todos os problemas do clube com as próprias mãos.


Por tudo que viveu e conquistou com a camisa do São Paulo, Rogério Ceni talvez seja uma das pessoas mais identificadas e que ama de verdade o clube do Morumbi. A sua segunda passagem tem sido marcada pela tentativa incessante de melhorar a estrutura e resgatar o pioneirismo que o São Paulo teve no passado.


Mas, muitas vezes, Ceni ultrapassa a linha que divide a função de treinador e a de diretor. O resultado disso tem aparecido no campo. Quase dois anos de trabalho, e o São Paulo não tem um padrão, ninguém sabe qual a formação do jogo seguinte e vive de lapsos, que às vezes dão certo, como chegar à final da Copa Sul-Americana após eliminar Ceará e Atlético-GO, rebaixados à Série B do Brasileiro.

Foto: Marcello Zambrana/AGIF

Em contrapartida, agora a piscina do CT tem água. A fisioterapia trabalha em mais períodos. O departamento médico sofreu mudanças. Jogadores que batem de frente ou contrariam o treinador não se crescem mais. O elenco foi reformulado.


Todas as medidas citadas acima partiram de intervenções feitas por Rogério Ceni. Foram boas, claro. Mas não deve ser papel do treinador se preocupar tanto com fatores externos às quatro linhas em uma instituição com a grandeza e tamanho do São Paulo.


Talvez pelo amor que tem ao clube e por ser a figura mais emblemática dos últimos anos com a camisa do Tricolor, Rogério Ceni assumiu essa dupla função e já não consegue mais se desvencilhar. É bom para a diretoria, que na grande maioria das vezes utiliza o técnico como um escudo das mazelas enfrentadas nos últimos tempos


O caso mais recente é o do imbróglio na renovação de Luan. Rogério Ceni definiu: enquanto não decidir se estende o vínculo, o volante não atua mais com a camisa do São Paulo.


– Não é uma ordem da direção. É uma coisa da minha cabeça. Eu penso em preservar a relação com o clube. Melhor definir essa situação – afirmou na semana passada.


Será que essa devia ser uma decisão tomada pelo técnico oito meses antes de o contrato do jogador terminar e a três meses de ele poder assinar um pré-contrato com outro clube? Essa medida deveria ser totalmente da diretoria. Luan é um ativo do São Paulo. Ele parado é dinheiro perdido. O jogador sem aparecer acaba desvalorizado.


A hierarquia se perdeu. Ceni tem carta branca em decisões, em contratações e tem que assumir responsabilidades que não deveria lhe caber.


Vocês se lembram de um bastidor que o ge trouxe sobre os desdobramentos de acusação de agressão do atleta Pedrinho a ex-namorada? Pois bem, em determinado momento, a diretoria deixou a decisão sobre a utilização de Pedrinho para o técnico Rogério Ceni, que dava sinais de que relacionaria o jogador para a partida seguinte.


Por medo de receber processos de Pedrinho, o São Paulo se omitiu e deixou a bomba na mão de Ceni. Por "sorte", Pedrinho pediu afastamento na noite de uma sexta-feira e contribuiu (e muito) para que o treinador não tivesse uma decisão que poderia manchar a sua reputação.


O papel de treinador/gestor de Ceni fica cada vez mais nítido. Isso é bom? Não sei. Mas vejo como muito perigoso. Querer mudar o clube com suas próprias mãos pode fazer com que ele perca o rumo do que lhe foi proposto: treinar.


Tudo isso impacta no dia a dia. Só os resultados de campo para mostrar que essa “carta branca” de Ceni pra contratar e tomar decisões foi uma boa escolha. Por enquanto, o ano de 2023 vai dando amostras de um técnico que já não consegue mais extrair coisas boas de seus jogadores e que vai se desgastando cada vez mais com a torcida.


A frase "o São Paulo sem Rogério Ceni é ruim, sem ele é pior" é uma verdade. Mas do jeito que está, talvez a sua função no clube deveria ser distante da linha técnica.


Passou da hora de Julio Casares, Carlos Belmonte, Rui Costa e Muricy Ramalho assumirem suas responsabilidades pelo atual momento ou será melhor chamar Ceni para se juntar a eles e arrumar um novo treinador.


Fonte;ge.globo




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