Comentarista analisa derrota para os Estados Unidos e campanha errática na Liga das Nações. Para ele, falta de tempo até o Mundial deixa equipe em posição complicada
No vácuo da queda, a urgência. Ao olhar para a derrota diante dos Estados Unidos nas quartas de final, Nalbert diz que é preciso, também, entender os passos até ali. Em uma campanha errática na Liga das Nações, marcada por lesões e falta de ritmo, o Brasil não conseguiu em nenhum momento se mostrar firme na briga pelo bicampeonato. A pouco mais de um mês para a disputa do Mundial, o comentarista e ex-capitão da seleção espera que haja tempo para mudar.

Foto: Divulgação/FIVB
Nalbert acredita que o primeiro passo para a recuperação da equipe é encontrar um segundo oposto. Sem Alan, fora com um rompimento do tendão de Aquiles, apenas Darlan ficou à disposição de Renan durante a maior parte da competição. Muito pouco para quem vai disputar o Mundial. Recentemente, Wallace, que havia anunciado a aposentadoria da seleção, admitiu que poderia voltar para ajudar.
- Na realidade, o Brasil precisa juntar os cacos. Avaliar tudo o que aconteceu para retomar o caminho mais sólido rumo ao Mundial. Na minha opinião, isso passa, primeiro, em trazer um outro oposto. Por mais que o Darlan tenha jogado muito bem – e isso realmente aconteceu -, a gente precisa de um outro oposto. Para fazer uma inversão, para deixar o Darlan mais tranquilo. Precisamos de jogadores fortes no ataque.
O pouco tempo até o Mundial, que será disputado na Polônia e na Eslovênia, entre os dias 26 de agosto e 11 de setembro, causa preocupação. Nalbert acredita que, caso a situação não permita o sonho de buscar o título, é preciso pensar além.

- Situação é um pouco preocupante para o momento. Mas, se tivermos de abrir mão de um grande resultado agora, no Mundial, mas pensando mais à frente, para a Olimpíada, sacrificando um pouco de rodagem para esse pessoal mais jovem, tem de ser por aí. Não podemos pensar só em curto prazo. Temos de pensar em longo prazo para retomar a consistência.
O comentarista afirma que o elenco brasileiro, hoje, não é homogêneo. Na opinião de Nalbert, quando se perde uma peça do time, o nível cai. A ausência de substitutos prontos para tomarem o lugar dos principais jogadores da seleção é um ponto de atenção.
- Precisamos, também, trabalhar nosso elenco de uma forma mais homogênea. A gente não pode depender de Leal, Lucarelli. Contra os EUA, praticamente fizeram tudo em quadra. Jogaram muito bem. Mas chega uma hora, quando são marcados, que acabam perdendo um pouco da paciência.
Nalbert relembra que a seleção se acostumou a ter elencos recheados de grandes jogadores. Ainda que o Brasil encare um processo de renovação, o comentarista diz que é preciso rodagem para dar conta de uma competição como o Mundial.
- A história da seleção brasileira mostra que em nossos grandes momentos, nossos grandes títulos e em nossas grandes hegemonias, nos sempre tivemos um elenco muito homogêneo. Jogadores titulares e reservas praticamente do mesmo nível. Mudavam as peças e o padrão não mudava. E hoje não vemos isso acontecer. Por um motivo ou por outro. Temos uma renovação chegando, mas que ainda falta rodagem para poder chegar no nível dos titulares. E, em um Mundial, é fundamental que todo o time esteja em forma e confiante para entrar em qualquer situação. É um campeonato muito cansativo, muito desgastante.
Atuais campeões, os brasileiros sonhavam com uma nova conquista na Liga. A campanha errática da primeira fase, porém, dava indícios de que não seria fácil. Ainda que tenha mostrado força em alguns momentos na competição, a seleção não conseguiu se firmar. Com a derrota nas quartas, fica fora da disputa até por um lugar no pódio.
Os Estados Unidos, agora, esperam pelo rival nas semifinais. Os americanos vão enfrentar o vencedor do duelo entre Polônia e Irã, que vão à quadra nesta quinta-feira, às 16h.

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