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José Aldo chora em cerimônia do Hall da Fama do UFC; Anderson Silva envia filho a Las Vegas


Spider se junta à "Ala Pioneiros", enquanto Aldo passa a fazer parte da "Ala Moderna". Irmãos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro são homenageados por projeto social


A cerimônia do Hall da Fama do UFC com a classe de 2023, realizada nesta última quinta-feira, em Las Vegas, foi especial para o Brasil. Um dos maiores lutadores de todos os tempos, Anderson “Spider” Silva entrou para a "Ala Pioneiros", mas foi representado pelo filho Kalyl Silva e depois publicou uma mensagem nas redes sociais. Maior peso-pena da história, José Aldo faz parte agora da "Ala Moderna".


A cerimônia ainda contou com uma homenagem aos irmãos Rodrigo “Minotauro” Nogueira e Rogério “Minotouro” Nogueira pelo trabalho social feito pelo Instituto Irmãos Nogueira. Eles receberam o troféu Forrest Griffin Community Award.

— Foto: Chris Unger/Zuffa LLC via Getty Images

José Aldo, 36 anos, soube primeiro da homenagem enquanto acompanhava ao vivo o UFC 283, no Rio de Janeiro, em janeiro. Na arena, ele se emocionou ao lado do treinador André Pederneiras e da esposa Viviane. Campeão do WEC em 2009, quando nocauteou Mike Brown, Aldo migrou para o UFC já com o cinturão dos penas assim que a organização adquiriu seu evento, em 2011. Ele reinou na categoria até 2015. Ele ainda chegou a ser novamente campeão ao vencer Frankie Edgar no UFC 200. Aldo viria a se aposentar no ano passado. Na cerimônia desta quinta, se emocionou em diversos momentos e teve ao seu lado o treinador Dedé Pederneiras, a quem agradeceu bastante e chamou de segundo pai.


- Eu não estaria aqui nesta noite se não fosse por ele, pelo Dedé. (...) Desculpe por todas as minhas imaturidades, Dedé. Sempre falei pra ele que eu era a flecha e ele era o arco. Ele mirava, apontava, e eu ia lá e executava o trabalho (...). Meu primeiro objetivo no MMA era comprar minha casa, mas Deus me deu muito mais além daquilo que eu merecia. Sempre tive grandes sonhos nesse esporte. Quando eu tinha 17 anos, vi o jogo do UFC no Playstation na casa de um amigo e disse que um dia seria campeão do UFC (choro). Joguei videogame mais um pouco e depois fui pra academia treinar.


- Minha jornada dentro do MMA nuca foi fácil. Dormi na academia. Abdiquei de muita coisa pra ser um campeão. Mas sempre soube que poderia ser o campeão do UFC e sempre fiz o que era preciso pra ser. Eu tinha um ídolo no UFC, que era o Pedro Rizzo, e eu queria fazer igual a ele, queria fazer nocauteando as lutas pra poder ser o campeão do UFC (...). Quando Dana White me deu o cinturão, sabia que tinha atingido meu objetivo por isso. Agora era hora de continuar minha carreira. Mesmo sabendo que tinha atingido meu objetivo de ser campeão do UFC, minha carreira foi melhor do que eu imaginava. Fiquei invicto no UFC por muito tempo, defendi meu cinturão por muito tempo e me tornei o melhor peso-por-peso desse esporte. O maior campeão peso-pena do UFC.


Anderson Silva, 48 anos, não esteve presente na cerimônia em Las Vegas, mas enviou o filho Kalyl Silva, 24 anos. Spider tem marcas imponentes no UFC, como 16 vitórias consecutivas, dez defesas de título bem-sucedidas e quase sete anos como campeão dos médios (até 83,9kg). O lutador nascido em São Paulo é agora o 19º membro da Ala Pioneiros. Ele se aposentou do MMA ao encerrar seu ciclo com o UFC em 2020. O filho falou sobre o pai no evento.


- Meu pai começou sua carreira em 1996 lutando em alguns eventos no Brasil, em Curitiba, onde nasci vendo o quanto ele dedicou seu tempo para esse esporte, todos os sacrifícios, tempo sem a família, para se tornar o melhor do mundo. Brasil, Japão, Coréia, Inglaterra, EUA, de leste a oeste, de norte a sul, acredito que ele conseguiu levar o amor que ele tem pelas artes marciais em cada lugar do mundo. Hoje em dia percebo o quanto foi importante sua dedicação 100%. E agora, algo que ele queria falar: "Foram longos anos dedicados ao MMA, algo que tenho a grande sorte e a grande honra de poder ter realizado, momentos inesquecíveis para todos os meus fãs no mundo. Sem eles, sem vocês, acredito que esse momento não teria o menor sentido. Obrigado a todos vocês. Gostaria de agradecer minha família, meus treinadores e meus parceiros de treino" (...). Quando te perguntam quando criança qual é o seu super-herói favorito? Bem, para mim, é você, pai.


Por fim, os irmãos Rodrigo e Rogério Nogueira foram homenageados pelo trabalho social com um prêmio para pessoas que impactam a sociedade através de trabalho voluntário e de caridade. Ele ainda levaram um cheque de US$ 25 mil para o instituto, cerca de R$ 123 mil.


- Obrigado ao presidente do UFC, Dana White, por nos dar a oportunidade de estar aqui. Gostaria de dizer algo importante: vocês mudaram a história do nosso esporte para sempre (...). Eu e meu irmão sempre acreditamos que precisamos passar esse legado para a próxima geração - disse Minotauro.


- As artes marciais deram a mim e ao meu irmão oportunidades incríveis. É uma grande satisfação receber o prêmio. Esse é o nosso sonho. Trabalhamos muito desde 2007, quando convidamos as primeiras crianças para entrar em nossa academia - completou Minotouro.


Outros homenageados

A classe de 2023 do Hall da Fama ainda contou com outros lutadores homenageados. Robbie Lawler, ex-campeão meio-médio, subiu ao palco por conta de sua segunda luta com o canadense Rory MacDonald, em julho de 2015, quando venceu por nocaute no último round. Lawler fazia uma defesa de cinturão numa luta que entrou para a história.


Donald Cerrone, como José Aldo, entrou para a "Ala Moderna" após se aposentar recentemente. Ele deixou as lutas como um dos maiores vencedores da história da organização. E outro homenageado, mas na "Ala Pioneiros", foi Jens Pulver, primeiro campeão da história na categoria peso-leve, tendo batido o japonês Uno Caol no UFC 30, em 2001.


Fonte;ge.globo


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