Flamengo precisa impedir oscilação para evitar o inaceitável

Flamengo precisa impedir oscilação para evitar o inaceitável

Diante de jogo decisivo pela Libertadores, melhor elenco do país lida com situação rara: ter sido dominado por um adversário

A derrota de 2 a 1 para o Cruzeiro, neste domingo, apresentou uma combinação rara para o Flamengo na temporada: ser anulado e não conseguir anular o adversário – ser, portanto, dominado.

O goleiro Rossi, o melhor em campo, evitou um placar maior para o Cruzeiro. Isso não é comum. O Flamengo, é natural, teve partidas frustrantes ao longo do ano, mas em geral com dominação – tendo volume e perdendo gols.

Não é motivo para crise, mas deve servir de alerta. A essa altura da temporada, eu esperava que o Flamengo estivesse jogando (ainda) melhor. A oscilação no Campeonato Brasileiro (ir da atuação contra o Corinthians à atuação contra o Cruzeiro) e as dificuldades na Libertadores me parecem aquém das capacidades do melhor elenco do país, do principal favorito aos títulos.

Em resultados, há pouco a ser contestado. Foi a primeira derrota no Brasileirão, a segunda no ano e a terceira desde que Filipe Luís assumiu como técnico. É um retrospecto excepcional. No desempenho, porém, ainda cabem ajustes.

Com quase todo o elenco à disposição (o lateral-esquerdo Viña e o atacante Plata estão fora), Filipe Luís tem um cardápio invejável de alternativas para montar o time e variar a estratégia. O jogo contra o Cruzeiro aumentou o incômodo da torcida com o zagueiro Léo Pereira e o atacante Michael. De fato, eles não foram bem.

No segundo tempo, quando o Flamengo esteve pior, o time pareceu cansado. É natural, dada a sequência pesada de jogos, mas isso também vale para o adversário – e cabe a ressalva de que os titulares haviam sido poupados contra o Botafogo-PB pela Copa do Brasil. Filipe Luís, que costuma ter boa leitura de jogo, demorou para dar fôlego ao time. Arrascaeta e Gerson só saíram aos 37 do segundo tempo.

Veja a íntegra da Coletiva de Filipe Luís após a derrota do Flamengo para o Cruzeiro

A missão do treinador é evitar que essa oscilação se avolume. No ano passado, justamente nessa época do ano, o Flamengo viveu a primeira instabilidade da temporada, com as derrotas para Botafogo, Bolívar e Palestino. Mas depois conseguiu se ajustar – até vir a crise que resultou na saída de Tite.

Agora, surge uma decisão para definir o humor das próximas semanas. O Flamengo precisa pontuar contra o Central Córdoba, nesta quarta-feira, na Argentina. Se perder, pode ficar à beira da eliminação na Libertadores – é esperado que a LDU agora e os argentinos depois busquem pontos contra o Deportivo Táchira na Venezuela, como o Flamengo fez.

Uma eventual eliminação seria inaceitável. Mas não deve acontecer. A derrota para o Central Córdoba ocorreu em um jogo excepcional, e o Flamengo tem time de sobra para evitar novo acidente no reencontro. Para isso, porém, convém jogar mais do que jogou contra o Cruzeiro.

Michael é desarmado por Fabrício Bruno em Cruzeiro x Flamengo — Foto: Fernando Moreno/AGIF

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