Campeão do Rio Pro com direito a nota 10 na final, na última semana, em Saquarema, líder do ranking tem no shaper Márcio Zouvi um dos principais aliados para a conquista do título mundial
A cena ainda está fresca na memória do torcedor. Filipe Toledo já vencia Samuel Pupo por uma boa diferença de pontos na final do Rio Pro, na última terça, quando o líder do ranking decidiu mostrar todo o seu talento na Praia de Itaúna. Ao entrar numa onda para a esquerda, Filipinho não hesitou em mandar um aéreo com direito a diversas rotações e uma aterrisagem perfeita. Nota 10.00 dos juízes e título da etapa para Filipe Toledo.
Foto: Flávio Dilascio
O aéreo em Saquarema foi a 13ª nota 10.00 de Filipe Toledo em nove anos de Circuito Mundial. Aos 27 anos, o surfista natural de Ubatuba-SP credita o sucesso nesse tipo de manobra à junção entre a qualidade das pranchas e a dedicação diária aos treinamentos.
- Tudo começa com as pranchas, acho que isso foi o principal. Elas deixam a galera com mais velocidade, mais leve, são pranchas menores, mais fáceis de tirar de água e rodar. A gente sempre quer fazer o melhor, o aéreo mais alto, inverter mais de um lado, rodar para o outro... Então eu acho que um puxa o outro tentando evoluir. E, é claro, tem a parte da dedicação e treino para poder executar essas manobras - disse Filipinho.
Classificado para o WSL Finals, em setembro, o líder do ranking tem no shaper Márcio Zouvi um dos principais aliados para a conquista do inédito título mundial. Construtor das pranchas de pelo menos nove surfistas da elite, Zouvi é brasileiro, mas mora na Califórnia desde o fim dos anos 80.
- Quando o Filipe começou a surfar para mim, eu não esperava que a minha prancha fosse ser tão veloz. Eu vi uma coisa excepcional no surfe dele, melhor do que tudo que eu tinha visto antes. Eu não sabia que minhas pranchas andavam tão rápido, eu não sabia que minhas pranchas iam a lugares que até então eu nunca vi, então é fantástico trabalhar com um atleta assim - destacou.
Segundo Márcio, são detalhes minuciosos nas pranchas de Filipe Toledo, como bordas, curva e tamanho, que têm feito a diferença. Com uma equipe multidisciplinar trabalhando ao seu lado, o shaper possui até um programa de computação gráfica para analisar todos os parâmetros a serem desenvolvidos no equipamento.
- Hoje em dia, por mais que você veja as pranchas de surfe muito parecidas umas com as outras, dá impressão que não tem diferença, mas tem. A gente nota que pequenas medidas fazem a diferença, tanto nas curvas, como no caimento da borda. Faz parte do trabalho do designer e do shaper ter uma diligência muito grande em termos dos números. Por mais simples que pareça, tem muita medida envolvida nisso aí - explicou.
Com 50,040 pontos no ranking do Circuito Mundial, Filipe Toledo volta a competir de 12 a 21 de julho, em Jeffreys Bay, na África do Sul. Em agosto, é a vez de Teahupo'o, no Taiti, receber a última etapa antes do WSL Finals, em setembro.
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