Com polêmicas e virada, Fluminense bateu o Bangu para conquistar seu último tri Carioca há 40 anos
- MDD Sports
- 23 de fev.
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Com polêmicas e virada, Fluminense bateu o Bangu para conquistar seu último tri Carioca há 40 anos
Rivais deste domingo fizeram partida decisiva do estadual de 1985 que até hoje tem reclamações de arbitragem
Fluminense e Bangu fazem duelo pela última rodada da Taça Guanabara neste domingo, às 18h30, no Maracanã, que pode valer uma vaga na semifinal para o Tricolor. Enquanto isso, o Alvirrubro amarga o rebaixamento já confirmado e um desempenho melancólico no estadual sem uma vitória sequer.
Se hoje a diferença entre as equipes é monstruosa, tanto em investimento quanto em talento, há 40 anos não era esse o cenário. Quando entraram em campo no dia 18 de dezembro de 1985, a partida valia a taça do Campeonato Carioca e colocava frente a frente duas das principais equipes do Brasil.
O Tricolor era o campeão brasileiro do ano anterior (1984) e tentava o tricampeonato carioca, enquanto o Bangu era o vice-campeão brasileiro (1985), havia perdido a final nos pênaltis para o Coritiba em julho, e buscava o terceiro título estadual de sua história.
Frente a frente estavam craques como Marinho, Ado, Perivaldo, Romerito, Washington e Tato. Diferente do formato atual, o troféu do Carioca era disputado em triangular pelo campeão da Taça Guanabara (Fluminense), da Taça Rio (Flamengo) e o melhor pontuador no geral (Bangu).
Ambas equipes haviam vencido o Flamengo nas duas primeiras rodadas, o que tornou aquela partida uma espécie de final. Por ter vencido o primeiro jogo no triangular, o Bangu tinha a vantagem do empate. E, logo aos 4 minutos, abriu o placar com Marinho de cabeça, após cobrança de falta de Perivaldo pela direita.
A virada tricolor veio dos pés do reserva de luxo e promessa da base Paulinho. Ele entrou no lugar de Tato, lesionado, deu passe para Romerito empatar e, de falta, fez o gol da virada em um Maracanã com 88 mil torcedores. Foi a última vez que o Fluminense conseguiu o tricampeonato Carioca.
O personagem
Revelado pelas categorias de base do Fluminense, Paulinho foi campeão mundial e sul-americano em 1983 e chegou ao profissional no mesmo ano.
Apesar do começo promissor, ele não tinha tanto espaço no elenco tricolor e pediu para ser negociado antes da temporada de 1985. A diretoria não topou, Paulinho seguiu, foi uma espécie de 12º jogador naquela conquista e terminou como herói do título.
Após a eliminação da Libertadores de 1985, falou publicamente que desejava sair do clube em entrevista ainda no vestiário. No entanto, permaneceu no clube até 1988 e foi decisivo na conquista.
As polêmicas
O jogo teve ainda uma grande polêmica nos minutos finais. No último lance daquela final, o atacante Cláudio Adão saiu cara a cara com o goleiro Paulo Victor e foi derrubado na área pelo zagueiro Vica. O árbitro José Roberto Wright não marcou pênalti, gerando confusão generalizada e revolta eterna nos torcedores do Bangu.
Os tricolores, no entanto, justificam reclamando que antes o árbitro havia ignorado um pênalti claro para o Tricolor. Em uma finalização de Renê dentro da área, a bola teria batido no braço do zagueiro Jair, do Bangu, que se defende: "A bola bateu no meu ombro".
Wright mandou seguir, para a ira dos jogadores tricolores, que o cercaram e reclamaram muito. Romerito levou cartão amarelo no tumulto.

Vica levanta a taça do tricampeonato Carioca em 1985 — Foto: Flu Memória/site oficial do Fluminense
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