Treinador resiste a quarta derrota seguida na Série B, mas diretoria faz ponderações; duelo da próxima quarta-feira, na Vila Belmiro, vira espécie de ultimato
A continuidade de Fábio Carille no comando do Santos está em xeque. O trabalho do técnico é pauta na diretoria alvinegra, e o jogo contra o Goiás, quarta-feira que vem, na Vila Belmiro, é tratado como um ultimato a ele: precisa vencer para ganhar uma sobrevida no cargo, depois de quatro derrotas seguidas na Série B do Brasileirão.
Já há uma ala na diretoria que defende a saída imediata do treinador: o entendimento é de que o comportamento do grupo não se alterou mesmo com as derrotas seguidas para América-MG, Botafogo-SP, Novorizontino e Operário. A passividade diante da vibração dos rivais tem incomodado.

Foto: João Vitor Rezende Borba/AGIF
A impressão que o time tem passado é de que os treinamentos, embora bem feitos, não estão surtindo efeito nos jogos. Foram 86 passes incompletos só contra o Operário, nesta sexta-feira, e uma série de erros técnicos e táticos da equipe. Também há a análise que, pelo excesso de medalhões no grupo, o treinador tem sido pouco exigente.
Conversas e mais conversas
O presidente Marcelo Teixeira esteve presente no estádio em Ponta Grossa, depois de viajar em um jato particular, e foi embora logo após a partida sem falar com a imprensa. O dirigente tem reuniões com os aliados nas próximas horas para analisar o cenário santista.
Em comum, todos as derrotas da equipe na Série B, incluindo a contra o Amazonas, em Manaus, foram longe da Vila Belmiro. Apenas uma delas como mandante, contra o Botafogo-SP, no estádio do Café, em Londrina. Por isso, o jogo contra o Goiás, na Vila, é visto como um divisor de águas.
Será o reencontro do elenco com o estádio e também com a torcida da Baixada Santista. Protestos estão previstos. Na semana passada, o time foi cobrado por duas torcidas organizadas no CT Rei Pelé em dois dias consecutivos. O clima continua ruim.
Treino em pauta
Pesa sobre Carille o receio de entrar em embates com o grupo. Um exemplo disso é a questão do horário de treinamento: o técnico foi questionado por pessoas da diretoria sobre retomar os treinos à tarde, como era feito no Paulistão, quando até mesmo refletores foram instalados no CT.
A avaliação é de que os jogadores estariam mais conectados com a realidade e o momento do clube com os treinamentos à tarde. Com as atividades de manhã, os atletas têm todo o restante do dia livre, longe das dependências do clube.
Carille não atendeu ao pedido, fazendo apenas um treino à tarde na semana passada, na quarta-feira, enquanto os demais foram no período da manhã. O exemplo, apenas um detalhe na rotina dos atletas, ilustra a postura do treinador.
Com a pressão intensa em cima de seu trabalho, Carille terá poucos dias para preparar o time para a partida decisiva para seu futuro: são apenas quatro dias livres até o jogo contra o Goiás, já na quarta-feira, na Vila Belmiro, pela 11ª rodada.
– Futebol é resultado. Sabemos disso. Temos uma diretoria que está muito próxima e acompanha tudo que eu faço, meu dia a dia, o que a gente passa e faz. Eles são muito presentes, isso é muito importante. Mas a gente sabe que o futebol é resultado – disse Carille, em coletiva.
Fonte;ge.globo

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