Último confronto entre seleções foi marcado por provocações de jogadoras e "esnobada" de técnico rival. Postura turca na competição em Tóquio também tem gerado críticas de adversários
Nunca foi um duelo fácil, é verdade. Nos últimos tempos, porém, a rivalidade entre Brasil e Turquia ganhou novos contornos. Na madrugada desta sexta-feira, às 4h, as duas seleções escrevem um novo capítulo do confronto na quadra do ginásio Yoyogi, em Tóquio. Invictas, tentam dar um passo rumo à conquista da vaga para os Jogos de Paris, no ano que vem - são duas em jogo no Japão. O sportv2 transmite a partida ao vivo.
Uma vitória no duelo pode encaminhar a vaga olímpica para uma das seleções. Brasil e Turquia somam quatro triunfos em quatro jogos até aqui, assim como o Japão. As donas da casa ainda enfrentam brasileiras e turcas na competição. Somente as duas melhores garantem um lugar em Paris.

Foto: Divulgação
Ao roubar os holofotes e se firmar como nova potência, a Turquia subiu de prateleira no cenário mundial. Neste ano, dois títulos: Liga das Nações e Campeonato Europeu. Mas não só. A postura dentro e à beira de quadra costuma gerar polêmicas. Algumas delas, com o Brasil de protagonista.
Na Liga das Nações, em junho, a Turquia venceu a seleção de José Roberto Guimarães com autoridade mesmo sem Melissa Vargas. Destaque do time rival, a oposta ficou fora daquele jogo. Durante a partida, porém, não foram apenas as pancadas de Karakurt que incomodaram. As provocações das adversárias também pareceram mexer com o brio das brasileiras.
Em meio ao duelo, há, também, o fator Daniele Santarelli. O técnico italiano é um velho conhecido das brasileiras. Era ele à frente da Sérvia na conquista do Mundial, no ano passado. Aos 42 anos, é apontado como o melhor treinador da nova geração. Mas também se fez conhecer pela língua afiada.
No mesmo jogo pela Liga das Nações, Santarelli chegou a dizer que as jogadoras brasileiras não tinham qualidade. Até tentou se explicar depois, mas o estrago já estava feito. Nas redes sociais, virou alvo de torcedores. Pouco mudou desde então.
Na disputa do Pré-Olímpico, a postura turca também tem incomodado. Nas primeiras partidas, diante de rivais mais frágeis, pareceu não levar os jogos tão a sério. Chegou, inclusive, a ceder sets para Peru e Argentina. A displicência tão aparente gerou críticas. Em papo com a reportagem do ge, Kris Vansnick, técnico da Bélgica, atacou a atitude das rivais e disse que não admitiria se acontecesse o mesmo em seu time.
O Brasil, porém, tenta deixar as polêmicas de lado. Nesta quinta-feira em Tóquio, a seleção fez o último treino antes da partida. Focou, claro, na preparação para enfrentar os ataques de Vargas e nas variações táticas da seleção turca. Gabi, capitã do time, ajudou também com informações que carrega dos quatro anos vestindo a camisa do Vakifbank.
- Acho que, nesse momento, tento trazer um pouco dessa experiência. Já são quatro anos jogando na Turquia, junto e principalmente contra. Então, tentei passar bastante, nos vídeos e nos treinamentos, informações técnicas, direcionamento de ataque. São coisas pequenas que fazem a diferença. Sem dúvida, Vargas vai ser nosso foco. Turquia tem feito grandes apresentações, mas a Vargas figura hoje como uma das maiores jogadoras do mundo – disse Gabi.
O caminho para a vitória também passa pela correção dos próprios erros. Na última partida, a seleção mostrou evolução ao dominar Porto Rico. O rival agora, porém, é bem superior. E, para Zé Roberto, só há um jeito de sair de quadra com um bom resultado.
- A gente sabe das dificuldades. Mas, lógico, contra a Turquia, o saque é primordial. Marcar com o passe ruim já é difícil. Marcar com passe bom piora muito a nossa situação. Por isso treinamos muito a precisão do saque. Tem de funcionar. Depois, marcação em relação bloqueio-defesa, que é o que a gente mais treinou ao longo desses anos, para minimizar a força do ataque turco. E, lógico, o nosso comportamento, que tem de ser de agressividade, foco e de atenção a cada jogada. Deu uma vacilada, corre um risco muito grande. É um jogo tenso, difícil – disse Zé Roberto.
Fonte;ge.globo

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