Bastidores: Marcelo estica a corda no dia a dia, e jogadores apoiam Fluminense e Mano em rescisão
Confusão foi estopim para rompimento, mas relação com Mano já era turbulenta. Houve críticas ao nível de comprometimento, ausência como visitante e fama de "reclamão"
Terminou, de forma abrupta, a segunda passagem de Marcelo no Fluminense. Menos de 24h separaram o desentendimento público com Mano Menezes no Maracanã do anúncio da rescisão do ídolo "em comum acordo" com o Tricolor. O ge traz os bastidores da decisão da diretoria e outros detalhes sobre o cotidiano do lateral no CT Carlos Castilho.
Neste sábado, uma reunião entre as partes colocou em pauta a possível rescisão de Marcelo. Não foi uma decisão imediata, mas fontes ouvidas pela reportagem apontaram, ao longo do dia, que a tendência era pelo fim do vínculo.
Foto: Alexandre Durão
O clima ruim, resultado direto da confusão com Mano, teria deixado o Fluminense sem alternativas para além do rompimento do contrato. O ge confirmou que o lateral reclamou de toques de Mano em seu braço, com alegações de que o técnico queria "fazer média com a torcida". Foi a gota d'água, e o anúncio veio no início da tarde.
Líderes do time abordaram membros da diretoria dizendo que apoiavam a decisão. O nível de comprometimento de Marcelo em meio ao momento delicado do Fluminense , na luta contra o Z-4 do Brasileiro, voltou a ser citado. Houve manifestações públicas de apoio ao jogador, mas nos bastidores o cenário era outro, com críticas ao camisa 12.
O respeito à carreira de Marcelo não desapareceu. Pelo contrário: ainda há um reconhecimento muito forte em relação ao tamanho da idolatria do jogador no Fluminense e tudo que ele representa no futebol mundial. Mas a postura do lateral no dia a dia era motivo de queixas.
Hoje, entende-se que muitos estão do lado de Mano Menezes, ainda que seja impossível falar em consenso em um elenco com mais de 30 jogadores. O Fluminense, por sua vez, acredita ter tomado uma decisão que agradou. O técnico está seguro de que o grupo "não aguentava mais" os pequenos problemas.
Anteriormente, Marcelo foi visto como um jogador que interagia pouco e não era tão integrado no CT Carlos Castilho. A reportagem também ouviu queixas de que o lateral era um "reclamão", que quase nunca se dava por satisfeito.
Outro ponto de incômodo era a ausência de Marcelo em algumas partidas do Fluminense como visitante. Em julho, o ge publicou um levantamento sobre a diferença percentual de participação do lateral em jogos, a depender se eram no Rio de Janeiro ou não.
O problema é que, neste caso, existia uma guerra de narrativas. Marcelo afirmava sentir dores, e funcionários do Fluminense tinham dificuldade em questionar o camisa 12 sem colocar sua palavra em xeque ou criar maiores problemas. Afinal, eram questões médicas.
Mesmo sem ter desafetos explícitos ou problemas diretos com companheiros e funcionários, Marcelo não era dos mais benquistos no cotidiano do CT Carlos Castilho.
Depois do empate por 2 a 2 com o Grêmio, Marcelo perdeu o início do bate-papo no vestiário por ter sido sorteado para realizar exame antidoping. Ele se despede do Fluminense com 68 jogos nesta segunda passagem pelo time profissional - antes de seguir rumo ao Real Madrid, ele participou da temporada 2006.
Desde que retornou ao Brasil, em 2023, o lateral marcou cinco gols e também deu três assistências. Foram três títulos conquistados: a Conmebol Libertadores (2023), a Recopa Sul-Americana (2024) e o Campeonato Carioca (2023).
Fonte;ge.globo
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