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Análise:vitória do Fluminense dá moral,e cicatrizes recentes trazem cautela com vantagem para o jogo

  • Foto do escritor: MDD Sports
    MDD Sports
  • 31 de mar. de 2022
  • 4 min de leitura

Traumas de 2022 provocam clima mais cauteloso, e Abel evita tratar final do Campeonato Carioca como ganha



A vitória do Fluminense sobre o Flamengo por 2 a 0, na última quarta, no primeiro jogo da final do Campeonato Carioca, não se trata apenas de uma grande vantagem que aproxima o Tricolor de um troféu que não aparece nas Laranjeiras há 10 anos. Repetindo a analogia de Abel Braga durante a coletiva após o duelo, o resultado vem para cicatrizar as feridas abertas das últimas partidas, especialmente a eliminação para o Olimpia e a derrota para o Botafogo no último domingo.

Foto: André Durão/ge

E as feridas podem até fechar, mas as marcas das cicatrizes permanecem para que a dor não seja esquecida.



Para o duelo, Abel Braga não insistiu nos times que foram mal na semifinal do Carioca e escolheu entrar com Yago Felipe no lugar de Martinelli. Ganso também foi titular, com o objetivo de suprir a recorrente necessidade de um homem que trouxesse mais criatividade ao meio-campo tricolor. Na prática, o camisa 10 não conseguiu mostrar em campo o que se esperava.


- O Ganso foi até onde podia, o correto era colocá-lo depois, mas eu senti tanta vontade nele, que falei "vou colocar". Sabia de antemão que ele não ia aguentar, e falei: "Por favor, no momento que não suportar, avisa". Não posso ficar num jogo com um jogador que não está suportando o ritmo. Porque o ritmo do primeiro tempo foi muito forte, nós tivemos que correr para segurar aquela impetuosidade do Flamengo - disse Abel na coletiva.



O Flamengo tomou a iniciativa na etapa inicial e buscou propor o jogo, mas teve dificuldades de criar e chegar com perigo. E isso aconteceu por alguns motivos, inclusive os que dizem respeito ao Fluminense. É importante destacar a grande partida de Fábio. O goleiro ganhou vaga no time titular e fez defesas que salvaram a equipe quando o jogo ainda estava 0 a 0.



A marcação tricolor também merece menção, com destaque para Manoel, em grande noite, e Felipe Melo, bastante intenso e pilhado no jogo, dando aquele ingrediente a mais para a tensão de um clássico que já tem os nervos à flor da pele por natureza. E isso se traduziu no número de cartões amarelos: 10 no total, sendo cinco para cada lado.


Estatísticas da partida


Flamengo Fluminense

Posse de bola 51% 49%

Finalizações 13 5

Faltas cometidas 13 19

Desarmes 22 26

Cartões amarelos 5 5

Fonte: ge


Apesar das mudanças na escalação, o Fluminense teve dificuldades na saída de bola no primeiro tempo e não conseguiu manter a posse no campo de ataque. Além da lentidão na saída, o time também não conseguiu impor velocidade nos contra-ataques. A primeira vez que o Tricolor chegou para finalizar foi justamente quando não valeu, na grande polêmica da noite.


Aos 45 do primeiro tempo, pouco antes de Willian Bigode finalizar para o gol, o assistente assinalou impedimento de Cano no lance anterior, o que despertou a revolta de jogadores, comissão técnica e torcida. A principal reclamação foi o fato de a arbitragem não esperar o lance ser concluído para então ser marcado o impedimento e possivelmente ser analisado pelo VAR.


Na etapa final, houve alguma evolução no cenário tricolor, que teve mais espaços para buscar as jogadas. Mas a evolução maior só veio aos 18 do segundo tempo, após a entrada de Arias, que solucionou o problema de falta de velocidade, levando mais rapidez aos contra-ataques. E foi depois que o colombiano entrou que o Tricolor teve sua primeira finalização (válida) na partida. Aos 20 minutos, Cano, do meio-campo, arriscou por cobertura ao ver Hugo adiantado.



A partir daí, o time de Abel Braga conseguiu imprimir um maior equilíbrio nas ações, e a estrela de Germán Cano voltou a brilhar mais uma vez. Léo Pereira perdeu a bola de maneira bizarra, Arias estava ligado, roubou a bola, carregou e tocou para Cano levar a melhor na disputa com Filipe Luís e chutar para abrir o marcador. Dois minutos depois, em novo vacilo defensivo rubro-negro, Yago Felipe tocou para Calegari carregar pela direita e encontrar o argentino livre na área para finalizar e garantir uma vantagem expressiva para o segundo jogo.


Mas o histórico recente do Fluminense mostra que uma vantagem no primeiro jogo não é sinônimo de resultado positivo. Segundo Abel, a vitória na última quarta não garante nada, e o objetivo é manter a mesma pegada dos últimos Fla-Flus.


- Próximo jogo é outra história. Para nós tem que começar 0 a 0. Não adianta pensar em vantagem. Tem sido assim, quando eu estava aqui, quando não estava, as vitórias do Fluminense têm sido assim, o Flamengo tem sempre a bola, daqui a pouco começa a se projetar demais, e a gente escapa uma, duas, e marca. E isso vai continuar. Vou falar que vou mudar para o próximo jogo? Vou mudar nada - declarou Abel.


Apesar das feridas recentes fechadas, as cicatrizes da eliminação e da derrota para o Botafogo estão visíveis para que a dor não seja esquecida e tenha seu papel educativo. E a vitória no primeiro jogo da final tem importância na retomada da confiança da equipe, que se aproximou de colocar a mão na taça.


- É aprender com o que realmente já nos prejudicou, virar a chave. Valorizar o nosso empenho, sabendo que não tem nada definido, continuar com os pés no chão, sabendo que tem uma partida importantíssima para definir aquilo que temos como objetivo - afirmou Willian após o jogo.


"Próximo jogo vai ser mais difícil , temos que jogar com a faca nos dentes. A gente sabia que tinha que recuperar a confiança que perdida no jogo contra o Olimpia", sacramenta Cano.

Em busca do título do Campeonato Carioca, o Fluminense encara o Flamengo no sábado, às 18h (de Brasília), no Maracanã, e pode ser campeão perdendo por um gol de diferença. Caso o Flamengo vença por dois gols de diferença, a disputa será nos pênaltis.



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