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Análise: Fluminense vive atmosfera mágica e entra na briga pelo título


Fred se vai, mas time vence a quinta seguida e dá motivos para continuarem lotando o Maracanã


Fred se despediu da carreira de jogador de futebol com um Maracanã lotado por mais de 63 mil pessoas para dar adeus ao ídolo. Mas o Fluminense deu motivos para os tricolores continuarem enchendo o estádio mesmo sem o seu eterno camisa 9 a partir de agora. O time de Fernando Diniz soube aproveitar a atmosfera mágica da arquibancada, superou o Ceará por 2 a 1, engatou a quinta vitória seguida, encostou no líder Palmeiras e entrou de vez na briga pelo título brasileiro.

Foto: André Durão

Cano segue com faro aguçado de gol; Matheus Martins vai se encaixando cada vez melhor na vaga de Luiz Henrique; Caio Paulista tem se acertado melhor na lateral esquerda... E ainda tem os reforços para estrearem, Alan, Marrony e Michel Araújo. E para quem se preocupou que o clima de festa da "semana Fred" poderia tirar o foco dos jogadores, o time demonstrou o contrário e dominou o jogo no primeiro tempo: terminou com 60% de posse de bola e oito finalizações contra quatro.


Scout - Fluminense x Ceará


Quesito Fluminense Ceará

Posse de bola 56% 44%

Finalizações 18 17

Chances de gol 7 9

Faltas 16 17

Passes errados 70 68

Roubadas de bola 22 17

Impedimentos 0 2

Escanteios 9 10


Mas não produziu tanto como de costume: foram quatro grandes chances criadas, contra duas do Ceará. Na etapa final, apesar de Matheus Martins ampliar cedo o placar e dar tranquilidade, o Fluminense pareceu relaxar demais e perdeu a concentração. E embora o gol sofrido no fim tenha sido um erro individual de Caio Paulista ao quebrar a linha de impedimento, o Ceará cresceu no jogo e só não colocou água no chope de Fred porque Fábio fez pelo menos dois milagres e não deixou.


Pelo que aconteceu no segundo tempo, o Ceará terminou com mais chances de gol do que o próprio Fluminense, algo raro na Era do Dinizismo. Além dos dois gols, o Tricolor chegou em mais cinco chances perigosas: o chute colocado de Matheus Martins aos oito minutos; o milagre de João Ricardo no chute à queima-roupa de Cano aos 11; no mesmo minuto, o rebote sem direção de Samuel Xavier; a arrancada de Arias até a área, mas finalizou mal aos 28 da etapa final; e o chute cruzado de Caio Paulista 10 minutos depois.


Por sua vez, o Ceará chegou bem em nove ocasiões de perigo (três na bola parada), sem contar o gol: se no primeiro tempo foi só um chute bloqueado de Mendoza na pequena área, aos cinco minutos, e a bicicleta de Lima aos 43; na etapa final Vina assustou em duas finalizações, uma aos seis e outra aos 23, em que a bola bateu em Fábio e explodiu no travessão; Richard perdeu grande chance na área aos 13; teve Michel e seu chute cruzado aos 18; e a cabeçada de Iury Alberto aos 34, quando Mendoza ainda teve oportunidade de pegar o rebote, mas desperdiçou.


Apesar de estar na parte debaixo da tabela, podendo até entrar no Z-4 com o complemento da rodada deste domingo, o Ceará é um time arrumado e enjoado de se enfrentar, tanto que vinha de 11 jogos invicto no Brasileirão. Então deve-se valorizar a vitória tricolor, que consegue uma sequência de quatro triunfos seguidos no campeonato, algo que não acontecia no Fluminense desde 2014.


Com essa atmosfera no Maracanã, a torcida pode empurrar o Fluminense para ir muito mais longe do que se imaginava para o ano. O time mostrou mais uma vez sua força em sintonia com a torcida e dormiu na vice-liderança do campeonato com 27 pontos, só dois atrás do Palmeiras, que tem um jogo a menos. Mas para sonhar com título, terá que demonstrar também fora de casa. E o próximo adversário vai ser uma prova real para isso: o São Paulo no Morumbi.


Já sem Fred, o Fluminense se reapresenta na manhã deste domingo no CT Carlos Castilho. Antes de encarar o São Paulo no próximo domingo, o time de Fernando Diniz volta a campo nesta terça-feira para decidir contra o Cruzeiro, às 21h (horário de Brasília) no Mineirão, uma vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. Por ter vencido por 2 a 1 no jogo de ida no Maracanã, o Tricolor tem a vantagem do empate (o gol marcado fora de casa não é mais critério de desempate).



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