Técnico reconhece que Galo foi melhor no primeiro tempo, mas reforça "cabeça fria" do Verdão para buscar resultado que o coloca em boa condição por vaga nas semifinais da Libertadores
O técnico Abel Ferreira exaltou o poder de reação do Palmeiras no empate por 2 a 2 com o Atlético-MG, nesta quarta-feira, no Mineirão, pelo jogo de ida das quartas de final da Libertadores.
Foto: César Greco
Em entrevista coletiva após o jogo, Abel disse que a maturidade do elenco do Palmeiras foi fundamental para o time não se perder no momento mais difícil da partida, quando o Galo abriu 2 a 0 no início do segundo tempo. Depois, o Verdão buscou a igualdade com gols de Murilo e Danilo.
– É fruto de muito trabalho dos nossos jogadores, que têm uma crença e mentalidade competitiva muito forte. É uma equipe que tem sucesso porque sabe que se der o máximo nos treinos e jogos, o treinador aceita qualquer resultado. Tem que dar em cada lance o melhor de si. Jogamos contra uma equipe muito qualificada, muito bem treinada, nos pressionou muito, nos reduziu espaço, e foi melhor que o Palmeiras na primeira parte – disse Abel Ferreira.
– Na segunda parte, após o gol, fomos muito melhores, fizemos dois gols, tivemos ainda uma grande oportunidade pelo Dudu. (...) Nós no segundo tempo jogamos da nossa maneira, e quando é da nossa maneira, esta equipe é capaz de tudo. Nunca devemos desistir, acho que o empate acaba por ser o resultado justo e deixa tudo aberto para a segunda mão – completou o técnico.
Questionado sobre o que fez para mudar a postura do Palmeiras no segundo tempo, Abel transferiu os méritos para seus jogadores:
– São os jogadores que fazem a diferença, nós temos planos para o jogo, mas o jogo também tem planos para nós. Não estava nos planos estes 45 minutos, o começo da segunda parte, mas o jogo teve um plano para nós. (...) Eles sabem, não é de hoje, que a obrigação é dar o melhor de cada um. Que cada um dê o máximo que pode. Direcionar nosso foco e energia para aquilo que controlamos.
– Eu não mudo o futebol brasileiro, mas posso mudar meus jogadores, a forma como eles pensam e jogam. O segredo hoje foi sermos positivos mesmo na adversidade, e acho que a equipe tem dado passos muito grandes para lidar com as adversidades do jogo – comemorou Abel Ferreira.
Com o resultado, o Palmeiras precisa de uma vitória simples no jogo de volta das quartas de final, quarta que vem, às 21h30 (de Brasília), no Allianz Parque, para se classificar. Um novo empate leva a decisão da vaga para os pênaltis.
Antes disso, porém, o Verdão recebe o Goiás no próximo domingo, às 16h, também no Allianz Parque, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Relação com Cuca
– Eu nunca disse isso, mas quanto mais tempo passo aqui, mais tempo admiro os treinadores brasileiros. Fazem autênticos milagres porque jogam sem tempo para treinar, na Europa temos muito tempo para treinar, e aqui muitas vezes não dão tempo, apanham e têm de sair. No futebol há três resultados possíveis: vitória, empate e derrota. Tenho ótima relação com o Cuca. Eu não jogo contra nenhum treinador, meu tempo como jogador já foi. O futebol somos nós que jogamos, é o Palmeiras, não sou eu. Ele é um grande treinador, tem muita experiência e respeito muito, além de ter uma equipe muito qualificada. Mas eu não jogo contra treinador nenhum.
Atuação da arbitragem
– A competência não tem nacionalidade. Não é reclamar, eu dou minha opinião. O que eu quero é que os árbitros também façam rodízio, são sempre os mesmos. Tenho certeza de que os árbitros querem fazer bem o trabalho deles, mas falta saber se estão bem recuperados, têm todos os recursos, têm ações de formação, mas é por aí que temos de caminhar. Vou deixar de reclamar e dar mais opiniões, só. É preciso melhorar, e é preciso ter todos os recursos aos nossos árbitros, seja mais salário, mais recurso para recuperar, mais formação. O árbitro hoje fez uma partida muito igual, fez uma belíssima arbitragem, mas árbitros são como nós, também erram.
– Volto a referir: a competência não tem nacionalidade, temos é que dar recursos para qualificar cada vez mais nossos jogadores, treinadores, dirigentes e os árbitros. A CBF tem recursos suficientes para poder fazer isso, é preciso meter a mão na massa e fazer coisas, não ficar à espera de reclamação de uma equipe, de outra... Sejamos todos cada vez melhores, porque o problema não é só dos árbitros. Estou a tentar me portar cada vez melhor, o jogador brasileiro também é malandro. Todos temos de fazer um esforço para melhorar.
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