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Abel desabafa contra violência, cobra órgãos e diz que pode deixar o Palmeiras se não sentir seguro


Treinador faz longa declaração em entrevista após saber de morte de torcedor em Minas Gerais


O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, fez um longo desabafo após a vitória do time sobre o Guarani, neste domingo, no Allianz Parque, pelo Campeonato Paulista. O treinador cobrou atitudes dos órgãos de segurança, do Ministério Público e das entidades organizadoras do futebol no país para que atos de violência de torcidas sejam combatidos.

Foto: Cesar Greco / Ag Palmeiras

Durante sua fala, que não foi provocada por uma pergunta, Abel chegou a dizer que pode deixar o país caso não se sinta seguro.



A declaração, segundo ele, foi motivada por um caso deste domingo que deixou uma pessoa morta. Ele não especifica, mas provavelmente se refere a uma briga entre cruzeirenses e atleticanos, em Belo Horizonte, horas antes de as equipes se enfrentarem.


– Hoje entrei aqui nessa coletiva de imprensa, (e pouco antes) me disseram que tinha havido uma rixa num jogo, inclusive acho que morreu uma pessoa. É preciso morrer quantas mais? – questionou o treinador.


– Os organismos, quer sejam os do futebol, quer sejam extra-futebol, têm que assumir, dar as caras, exercer os cargos que têm. Têm que justificar o cargo que tem. Quando eu não ganho, pedem responsabilidades. Isso é o que espero que cada pessoa em seu cargo faça, assuma responsabilidades. Pelo bem do futebol brasileiro. De todos nós. Que se junte a CBF, quem organiza estaduais, o Ministério Público, mas que se tomem medidas.




Ele citou o caso da Inglaterra, que sofreu com o hooliganismo até a década de 1990, mas conseguiu controlar os casos de violência. E também uma briga de torcedores no México, no último sábado.


– É preciso passar à ação. Palavras, o vento leva. Isso me preocupa muito. A segurança me preocupa muito. Quando entrei aqui e vi as imagens no México e me dizem que se passa a mesma coisa no Brasil, vou ter que pensar muito bem no que quero para minha família, para mim e meus jogadores – completou.


– Jogadores de outros clubes e meus já falaram. Posso ser grande rival, mas tem que ter respeito pela vida humana. No futebol não vale tudo. A vida tem valor. Se vemos isso e não fazemos nada, alguma coisa vai mal. Temos que passar à ação. Estamos à espera de quê?


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Recentemente, jogadores também foram alvo de violência de torcedores. O ônibus do Bahia foi atacado por torcedores do próprio time, e o goleiro Danilo Fernandes se feriu. O clássico entre Internacional e Grêmio foi adiado após colorados atirarem pedras no ônibus tricolor.


Abel terá uma sequência de clássicos pela frente, onde há maior rivalidade e registro de violência. Na quinta, o Palmeiras enfrenta o São Paulo, no Morumbi, depois enfrenta Santos e Corinthians como mandante.




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